Dirigido e roteirizado por: Gary Dauberman. Fotografia
de: Michael Burgess. Estrelando: Mckenna Grace, Madison Iseman, Katie Sarife,
Patrick Wilson e Vera Farmiga.
Terceiro
filme da “subfranquia” protagonizada pela boneca amaldiçoada, que por sua vez
faz parte do universo estendido originado pelo ótimo Invocação do Mal (2013), este De
Volta Para Casa é a estreia na direção do produtor e roteirista Gary
Dauberman. Colaborador habitual da franquia, aqui ele mostra ter domínio da
linguagem, ainda que os resultados apresentados sejam irregulares.
Cronologicamente,
a narrativa é uma midquel, já que
seus eventos se passam entre os dois Invocação
do Mal. Iniciando com a mesma cena já vista no primeiro Annabelle (sim, é o terceiro filme da série que começa de maneira exatamente igual), acompanhamos aqui os esforços do casal Ed e
Lorraine Warren para manter a boneca presa no porão. Até que, certo dia, uma
jovem desavisada libera sua maldição mais uma vez.
Dauberman
acerta ao desenvolver seus personagens, evitando que soem caricatos. Ainda que
as motivações de Daniela para adentrar no armazém dos Warren soem bobas demais,
nos envolvemos o suficiente para torcer por ela e sua amiga Mary Ellen,
interpretada pela ótima Madison Iseman. Patrick Wilson e Vera Farmiga estão no
piloto automático, ainda que a química entre ambos seja palpável. Já a
garotinha Mckenna Grace faz um bom trabalho ao compor a criança perturbada tão comum em filmes de terror.
Retratando
diversos novos espíritos que eventualmente darão origem a mais spin-offs, o longa apresenta um design
de produção eficiente, que em conjunto com a fotografia de Michael Burgess cria
ambientes verdadeiramente assustadores. Fugindo do clichê de manter a escuridão
absoluta, o filme investe em fontes de luz inusitadas, como um abajur cujas
cores se alternam, resultando num plano que classifico como “brilhante” sem
hesitação.
Merecendo
aplausos por evitar um deus ex machina óbvio, o diretor-roteirista cria uma resolução coerente e
emocionalmente satisfatória. De Volta
Para Casa não é tão eficiente como exercício de gênero quanto outros filmes
da franquia, causando um efeito bem menos duradouro do que, por exemplo, Invocação do Mal 2. De todo modo, é um
entretenimento interessante, sugerindo que o “MCU do terror” (rs) ainda tem
fôlego.
Por
Bernardo Argollo