terça-feira, 5 de abril de 2022

Crítica: Animais Fantásticos - Os Segredos de Dumbledore (2022)

Dirigido por: David Yates. Roteiro de: J.K. Rowling e Steve Kloves. Fotografia de: George Richmond. Estrelando: Eddie Redmayne, Jude Law, Ezra Miller, Dan Fogler, Alison Sudol, Callum Turner, Jessica Williams, Katherine Waterston, Mads Mikkelsen e Maria Fernanda Cândido.

Os Segredos de Dumbledore sofreu inúmeros atrasos decorrentes da Pandemia e das polêmicas envolvendo Johnny Depp. Trazendo um presente especial para os fãs brasileiros, o projeto evita muitos alguns dos erros que prejudicaram a recepção ao longa anterior, lançado há quase quatro anos. Meu texto sobre o longa original pode ser lido aqui.

Aberto numa sequência de tirar o fôlego, Segredos já de cara evita um grande erro do filme de 2018, que forçava a manutenção de Newt (Redmayne) como protagonista. Desta vez focado no relacionamento entre Grindelwald (Mikkelsen) e Dumbledore (Law), o roteiro assume um tom político que, embora óbvio, nunca deixa de soar palpável, contemporâneo. Retomando a história alguns anos após o fim dos eventos vistos em Crimes, o roteiro acompanha a jornada de um grupo de bruxos liderados pelo futuro diretor de Hogwarts, cuja missão é derrotar a legião cada vez maior de seguidores de Grindelwald.

Entre os novos personagens, destaca-se a carismática professora Lally Hicks (Williams), que serve como elo entre os filmes. Para tanto, o roteiro investe numa longa exposição que, embora constrangedora, é eficaz ao colocar todas as peças em seus devidos lugares e, claro, lembrar aos mais esquecidos alguns acontecimentos do episódio anterior. A moça não deixa de ser um recurso narrativo para explicar a trama, mas a bela performance de Williams nos deixa torcendo para vê-la novamente.

A presença de Steve Kloves se faz sentir em cada momento deste novo capítulo, seja no arco de Queenie (Sudol), que se vestia de preto e retorna ao rosa habitual, ou na jornada de Credence/Aurelius (Miller), cuja origem é finalmente revelada. E por último, e não menos importante, temos a participação de Maria Fernanda Cândido como Vicência Santos, a Ministra da Magia do Brasil. Exibindo uma presença magnética, a personagem tem poucas falas, mas aparece o suficiente para aquecer o coração de todos os fãs brasileiros. E, ao que tudo indica, veremos mais da personagem no próximo filme.

O elemento "animais fantásticos", embora seja agora secundário, nunca deixa de se fazer presente. Somos apresentados a novas e interessantes criaturas. A minha favorita é aquela cuja expressão soará familiar a qualquer criança que já possuiu um bicho de estimação.

Investindo numa performance mais enxuta que a de Depp, Mads Mikkelsen é eficaz ao retratar a maneira sutil com a qual o fascismo surge e se estabelece, seja no mundo bruxo ou em outros universos. Já Eddie Redmayne segue nos encantando com sua devoção irrestrita às criaturas, ao passo que o visual estonteante concebido por Stuart Craig, como de costume, dá asas à imaginação infindável de J.K. Rowling. Que venha o próximo.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros. Pictures.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Crítica: Sonic 2 (2022)

Dirigido por: Jeff Fowler. Roteiro de: Pat Casey, Josh Miller e John Whittington. Fotografia de: Brandon Trost. Estrelando: James Marsden, Ben Schwartz, Tika Sumpter, Natasha Rothwell, Colleen O'Shaughnessey, Idris Elba e Jim Carrey.

Um dos últimos filmes a serem lançados em salas de cinema antes da Pandemia, o primeiro Sonic foi uma raríssima adaptação de jogo que fugiu do embaraço. E justo na época em que os cinemas finalmente retomam a antiga forma (a bilheteria de Homem-Aranha que o diga), a Paramount resolve lançar esta sequência.

O roteiro, mais uma vez, acompanha o casal Tom (Marsden) e Maddie (Sumpter) que, agora adaptados à vida com o ouriço azul, resolvem viajar para o casamento de amigos num hotel. Inicialmente feliz em ter a casa inteira só para si, Sonic vê seu final de semana cair por água abaixo quando o perverso Dr. Robotnik, outrora exilado num planeta inóspito, retorna à Terra. Recheado de todo tipo de fórmula imaginável, o longa aposta na mesma estrutura básica do primeiro, só que aqui temos mais heróis, mais vilões e, claro, mais cenas de ação.

Mais uma vez dirigido por Jeff Fowler, o longa aposta na infantilização em certas passagens, bem como recicla quase todas as ideias do longa de 2020. Até a cena mid-credits foi requentada. Embora isso possa agradar aos pequenos espectadores, vai decepcionar quem busca uma sequência mais sofisticada. E se Knuckles (Elba) e Tails (O'Shaughnessey) cumprem o que prometem, o veteraníssimo Jim Carrey faz o que sabe fazer de melhor.

Impecável tecnicamente, o projeto aposta numa direção de fotografia e design de produção que corroboram o tom leve e despretensioso, com cores quentes e lentes anamórficas. Mesmo com a falta de ousadia do projeto, os fãs mais antigos irão vibrar com as várias referências aos jogos, enquanto os mais novos apreciarão as mensagens sobre aceitação e amadurecimento.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Paramount Pictures.

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