terça-feira, 16 de abril de 2019

Crítica: A Maldição da Chorona (2019)













Dirigido por: Michael Chaves. Roteiro de: Mikki Daughtry e Tobias Iaconis. Estrelando: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velásquez e Marisol Ramirez.

Espécie de MCU dos filmes de terror, o universo compartilhado originado pelo ótimo Invocação do Mal é, no mínimo, irregular. Contando com projetos excelentes e outros nem tanto (A Freira), a franquia capitaneada por James Wan agora apresenta este A Maldição da Chorona, que embora tente oferecer uma experiência consistente, peca pelo roteiro preguiçoso e direção amadora.

Ambientado na Los Angeles de 1973, o filme acompanha a mãe solteira Anne (Cardellini, de Green Book), assistente social que investiga um suposto caso de abuso infantil. Ela descobre, ao ouvir a confissão da mãe, que as crianças foram levadas por uma entidade conhecida como A Chorona. Tal espírito, naturalmente (rs), passa a perseguir Anne e seus próprios filhos.

Desperdiçando a oportunidade de criar uma narrativa envolvente com um estilo marcante, o design de produção do longa não consegue fugir do óbvio. Ao contrário dos Invocação do Mal, onde víamos referências orgânicas aos anos 1970, aqui só percebemos não se tratar de uma história contemporânea pela ausência de smartphones. O diretor estreante Michael Chaves até tenta emular o estilo de James Wan, porém erra ao investir apenas em jump scares óbvios e numa trilha sonora pesada. Filmes de gênero realmente tendem a atrair diretores preguiçosos.


Linda Cardellini encarna bem a mãe desesperada, ao passo que o sempre ótimo Raymond Cruz (de Breaking Bad) pouco pode fazer como o ex-padre Rafael Olvera, já que os roteiristas chegam até mesmo a repetir suas piadas. Mais óbvia ainda é a personagem-título, concebida com pobres efeitos visuais e maquiagem pedestre. Os dois atores mirins que interpretam os filhos da protagonista são até simpáticos, mas seus personagem são tão estupidamente patéticos... Fica difícil torcer por eles.


Talvez aproveitável para quem ainda não viu muitos filmes de terror, o longa acerta, pelo menos, ao não incluir muitas referências aos outros filmes da franquia. Desse modo, não compromete nossas lembranças. Aguardemos Annabelle 3.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Warner Bros. e Espaço Z.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Crítica: Shazam! (2019)













Dirigido por: David F. Sandberg. Roteiro de: Henry Gayden. Estrelando: Zachary Levi, Mark Strong, Asher Angel, Jack Dylan Grazer.

Combinando DeadpoolKick-Ass e a inocência de Os Goonies, este novo filme do Universo Estendido da DC é uma aventura envolvente, despretensiosa e, sobretudo, alegre. Aparecendo pela primeira vez em 1939, o herói personifica o sonho de toda criança. Acrônimo de Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles e Mercúrio, o projeto é claramente reminiscente dos anos 1980 e 1990, mas sem abusar das referências.

Apresentando primeiro a origem do vilão para só depois se concentrar no protagonista, o roteiro acompanha o adolescente Billy Batson (Angel), órfão solitário que foge de todos os lares adotivos para os quais é enviado. Justo quando é mandado para uma nova família, Batson é escolhido pelo mago Shazam para ser o novo protetor da humanidade. Agora, basta dizer a palavra "Shazam" para se transformar instantaneamente num adulto (Levi) com poderes extraordinários.


Finalmente livres da obrigação de reciclar os padrões estéticos do "visionário" (entre aspas mesmo) Zack Snyder, os filmes da DC agora se permitem explorar o humor e o carisma de seus protagonistas. Assim como no recente Aquaman, vemos um herói revitalizado por meio de uma linguagem acessível, sem tentar reinventar a roda.


Empregando efeitos práticos e digitais propositalmente precários para os padrões atuais, o diretor David F. Sandberg (do ótimo Anabelle 2: A Criação do Mal) se diverte explorando clichês do gênero, bem como extraindo humor de situações improváveis. Asher Angel e Zachary Levi conferem peso dramático aos conflitos de seu personagem, ao passo que Jack Dylan Grazer (de It: A Coisa) é o grande destaque do longa, combinando humor com momentos extremamente tocantes, além de ter uma ótima química com Angel. Todo herói precisa de uma bússula moral, afinal de contas.


Por fim, devemos parabenizar a equipe de marketing por não entregar o filme inteiro nos trailers, como a Disney certo estúdio frequentemente faz. Shazam! é, sem sombra de dúvida, o filme mais divertido e dinâmico que a DC já produziu. A criança de 10 anos que vive em mim ficou maravilhada.


Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Warner Bros. e Espaço Z.

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