É difícil não se render à energia da família Shazam. Com um charme que conquistou o público em 2019, ao romper de vez com a atmosfera "sombria" dos projetos do DCEU, o projeto de David F. Sandberg (do ótimo Anabelle 2: A Criação do Mal) é uma aventura envolvente, despretensiosa e, sobretudo, alegre. Agora, quatro anos depois, esta continuação tenta manter o tom do original, ainda que falhe aqui e ali.
Mantendo o tom de comédia do longa original, o roteiro escrito a quatro mãos segue o jovem Billy (Angel) e sua família adotiva, que agota têm de enfrentar as filhas de Atlas, um trio de deusas que querem roubar os poderes que Billy e seus colegas usam. Ainda que tenham conquistado certo sucesso em sua missões, o grupo de heróis é tratado pela cidade da Filadélfia como perdedor, só que agora terão que enfrentar um desafio (claro) ainda maior.
Ainda que exibindo um CGI competente, o projeto peca pelas cenas de ação genéricas, permeadas por diálogos profundamente expositivos. Pouco à vontade como as vilãs Kalipso e Héspera, Lucy Liu e Helen Mirren se esforçam para imprimir alguma personalidade ao texto caricato. Já Zachary Levi mais uma vez se diverte extraindo humor da obviedade da trama.
Membro de um DCEU prestes a ser transformado em DCU por James Gunn e sua equipe, o projeto deixa pontas soltas que podem eventualmente ser exploradas em novos filmes, já que a cena pós-créditos planta uma semente interessante. De todo modo, é difícil não sair do cinema com um sentimento positivo. O filme atinge seu objetivo dentro de sua proposta, o que é bastante, considerando que a concorrência muitas vezes falha no básico.
Por Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.