quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Crítica: Monster Hunter (2020)








Escrito e dirigido por: Paul W. S. Anderson. Fotografia de: Glen MacPherson. Estrelando: Milla Jovovich, Tony Jaa, Tip "T.I." Harris, Meagan Good, Diego Boneta, Josh Helman, Jin Au-Yeung e Ron Perlman.

Em uma dimensão paralela onde humanos e monstros gigantes coabitam, um guerreiro é separado de seus companheiros e deve lutar pela sobrevivência sozinho. No planeta Terra, uma capitã do exército e seu time vasculham o deserto em busca de soldados perdidos, quando uma tempestade os transporta para o Novo Mundo, onde encontram os restos dos colegas e, claro, perigo mortal.

E é com esse fiapo de história que o diretor Paul W. S. Anderson tenta sustentar seu novo longa. Baseado na série de vídeo games da Capcom (os quais confesso não ter jogado), o cineasta investe numa estética provavelmente oriunda destes. No Novo Mundo, onde quase toda narrativa se passa, as cores são obviamente saturadas e os figurinos estilizados, aos poucos passando a vestir também a protagonista, interpretada pela esposa e colaboradora habitual de Anderson, Milla Jovovich.

Ainda que peque pelo roteiro frágil e unidimensionalidade de seus personagens, Anderson consegue prender nossa atenção com suas longas e grandiosas cenas de ação. É uma pena que estas sejam ligadas umas às outras por fade-outs tão, mas tão insistentes (parei de contar no sexto) que cheguei a me perguntar se o montador Doobie White não conhecia outra forma de transição. Ao menos sua montagem permite que vejamos quem luta contra quem.

Se as sequências de ação entretém, o design das criaturas é o que já esperaríamos de uma pradução desse tipo. Ainda que concebidas com eficiência e realizadas com CGI irrepreensível, os kaiju aqui vistos apresentam anatomias que, em 2021, só conseguem remeter a filmes muito melhores. O que nos traz à química entre Jovovich e o ator tailandês Tony Jaa. A dinâmica entre eles, bonitinha até, acerta por estabelecer suas (únicas) características definidoras com economia, e merece também aplausos por evitar o irritante clichê do estrangeiro que, antes confinado à sua língua nativa, já está falando inglês sem sotaque duas cenas depois.

Finalizado com um gancho mais escancarado que o habitual, Monster Hunter parece confiante em sua própria capacidade de resistir às intempéries e, quem sabe, tornar-se a primeira franquia surgida durante a pandemia de COVID-19. Paul W. S. Anderson entrará para a História do Cinema?

Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Sony Pictures, Espaço Z e a todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Monster Hunter, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

#filmenocinema

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