terça-feira, 15 de maio de 2018

Crítica: Deadpool 2 (2018)













Dirigido por: David Leitch. Roteiro de: Rhett Reese, Paul Wernick, Ryan Reynolds. Estrelando: Ryan Reynolds, Josh Brolin, Morena Baccarin, Julian Dennison, Zazie Beetz.

Aclamado por público e crítica, o primeiro Deadpool praticamente sistematizou o subgênero de filmes de super-herói para maiores, antes povoado por obras ocasionais como o ótimo Kickass (2010) e sua fraca continuação. Com seu excepcional timing cômico, violência tarantinesca e inúmeras referências à cultura pop, o herói vivido por Ryan Reynolds retorna nesta inevitável continuação.


De maneira similar à tantas sequências do gênero, este longa fica preso à obrigação de trazer mais vilões, perigos mais intensos e, claro, alguma motivação ou paradigma de ordem pessoal. Alternando piadas, referências e quebras de quarta parede, o filme diverte ao mesmo tempo em que inclui pitadas dramáticas, fortalecendo nossa identificação com o personagem-título. Coforme esperado, o roteiro nos apresenta diversos personagens novos, incluindo o Cable que, bastante simplificado em relação ao original dos quadrinhos, é interpretado com energia por Josh Brolin.


O humor de Deadpool 2, assim como o do primeiro filme, depende muito de referências, o que não é necessariamente ruim, pois mesmo o espectador ocasional conseguirá notar a maioria das alusões feitas. No entanto, mesmo considerando essa proposta, talvez o único problema desta continuação seja exigir um envolvimento emocional difícil de construir, algo que os realizadores tentam (e conseguem) compensar com o ritmo frenético e reviravoltas constantes.


Competente em seus aspectos técnicos, Deadpool 2 traz cenas de luta bem coreografadas e cenas de ação cuja montagem tende à repetição e ao clichê, mas nunca ao caótico, já que é sempre possível ver onde estão os personagens, para onde estão indo e suas relações espaciais uns com os outros. O que, por si só, já é um feito e tanto. Outro detalhe interessante é que pouco ou nada da trama principal foi revelado nos trailers, revelando a esperteza por trás da campanha publicitária do projeto, uma das mais criativas dos últimos anos.


Por mais que o roteiro brinque com as próprias falhas de maneira engraçadíssima, ele peca por abusar de um recurso narrativo preguiçoso, que normalmente diminui o efeito dramático dos acontecimentos (vocês reconhecerão imediatamente quando assistirem). Dito isto, a sequência mid-credits é absolutamente sensacional, especialmente o momento em que o protagonista atira em um certo ator que tomou uma má decisão na carreira, mas felizmente já está de volta nos trilhos.


The zueira never ends.


Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Espaço Z e 20th Century Fox.

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