terça-feira, 25 de julho de 2023

Crítica: Mansão Mal-Assombrada (2023)

Dirigido por: Justin Simien. Roteiro de: Katie Dippold. Fotografia de: Jeffrey Waldron. Estrelando: LaKeith Stanfield, Tiffany Haddish, Owen Wilson, Danny DeVito, Rosario Dawson, Dan Levy, Jamie Lee Curtis e Jared Leto.

Provavelmente lançada num momento não muito favorável, a nova adaptação inspirada no brinquedo clássico da Disneylândia (posteriormente levado também ao Magic Kingdom e filiais internacionais) evita os erros que levaram o filme estrelado por Eddie Murphy a amargar 14% de aprovação no Rotten Tomatoes. O projeto de 2003 não era assustador e muito menos engraçado, no entanto conseguiu algum sucesso comercial.

Haunted Mansion (desta vez, sem o artigo) acompanha Ben (Stanfield), um guia turístico especializado em atrações paranormais de New Orleans. Cético a respeito do próprio trabalho, o rapaz é procurado por uma mãe e seu filho para combater espíritos que assombram a mansão no qual estão vivendo (quem diria?). A esta equipe, acabam se juntando um padre (Wilson), uma vidente (Haddish, sensacional como sempre) e um professor universitário (DeVito, inspiradíssimo).

A coesão e química do elenco são perfeitas, destoando-se apenas Jared Leto que, prejudicado por efeitos visuais discutíveis e voz alterada digitalmente, poderia facilmente ter sido criado por inteligência artificial. Também destaco a fluidez com que os personagens mantém diálogos casuais sobre temas sensíveis, sem ignorar o peso destes, mas considerando o fato de que o além-morte também pode ser celebratório e não precisa ser tabu. Alguns momentos envolvendo o mundo dos mortos remetem ao ótimo A Noiva Cadáver.

É divertido constatar que, embora clichê em sua construção visual, o projeto consiga algum êxito ao empregar de maneira orgânica muitos tropes marcantes do brinquedo, como a sala de jantar, o imenso corredor "rotativo" e a marcante Madame Leota, desta vez interpretada por ninguém menos que Jamie Lee Curtis. A vibe levemente desconcertante (desta vez a Disney optou, acertadamente, pela classificação PG-13 ao invés da PG do filme de 2003) combina bem com o entretenimento descontraído que a atração do parque proporciona. Há instantes que me lembraram do Casper de 1995, com Cristina Ricci, clássico da Sessão da Tarde.

Sempre em busca de lançar uma nova franquia que possa alçar voos como os de Harry Potter ou mesmo Piratas do Caribe, a Disney faz aqui uma tímida, ingênua tentativa. Tentou-se Crônicas de Nárnia, Príncipe da Pérsia e (oh, céus) John Carter... A má notícia é que provavelmente não foi desta vez, a boa é que há talento aqui. 

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e The Walt Disney Company.

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