terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Crítica: Matrix Resurrections (2021)

Dirigido por: Lana Wachowski. Roteiro de: Lana Wachowski, David Mitchell e Aleksandar Hemon. Fotografia de: Daniele Massaccesi. Estrelando: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Yahya Abdul-Mateen II, Jessica Henwick, Jonathan Groff, Neil Patrick Harris, Priyanka Chopra Jonas e Jada Pinkett Smith.

Em maio de 1999, quem assistiu Matrix nos cinemas sofreu um impacto como nunca antes visto no cinema. Repleto de cenas de ação fantásticas e filosofia, era diferente de tudo que se tinha visto até então. Depois de duas sequências, animações, livros e referências em várias outras mídias, será que havia ainda o que contar depois de vinte anos?

Depois de assistir Matrix Ressurections, a resposta é sim! O filme começa com um deja vù, mas com a introdução de, uma nova personagem, Bugs (a espetacular Jessica Henwick) que nos apresenta o novo Morpheus, percebemos que muita coisa mudou na Matrix desde o sacrifício de Neo na cidade das máquinas.

Repleto de metalinguagem, o filme acerta no tom de nostalgia, com Lana Wachovski sugerindo uma história dentro da história, com o conceito que a trilogia original foi uma criação de Thomas Anderson (Keanu Reaves), um designer de videogame que revolucionou a cultura pop com sua criação e que agora vive sob a sombra dela. Instigado pelo seu sócio a criar uma sequência para seu jogo original, o filme reintroduz elementos familiares, como a escolha entre manter-se na fantasia ou encarar o mundo real, e personagens repaginados, como o já citado Morpheus, com sua missão de despertar Neo de sua apatia, e o agente Smith, a Nêmesis perfeita do Escolhido.

Com cenas de ação espetaculares, que flertam até com a nova onda de zumbis de Hollywood e uma trilha sonora instigante, Matrix Ressurections nos mostra que o conceito criado há 20 anos atrás está mais atual do que nunca, com o mundo virtual quase substituindo o mundo real.  

Mas é na relação entre Neo e Trinity que o filme ganha coração, mais do que nunca fica evidente que Matrix sempre foi uma história de amor. Com uma química incrível, Carrie-Anne Moss e Keanu Reaves dão credibilidade a todo o universo de Matrix, injetando conexão emocional que contrasta com a frieza das máquinas. A sua jornada de descoberta e empoderamento faz justiça a sua história na trilogia original, resgatando seu papel de coprotagonista da história. 

O filme não possui só acertos. Revisitar uma história que amarrou todas as suas pontas soltas no final é sempre arriscado, e muitas explicações podem soar forçadas, mas Matrix Ressurections soa mais como um epílogo, uma forma de proporcionar um final feliz para Neo e Trinity, respeitando toda a mitologia da trilogia original, e demostrando que a necessidade de reinvenção faz parte da natureza humana. 

Por Ronaldo Acácio

Agradecimentos: Espaço Z, Warner Bros. e todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Matrix Ressurections, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

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