sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Crítica: Alita - Anjo de Combate (2019)

Dirigido por: Robert Rodriguez. Roteiro de: James Cameron e Laeta Kalogridis. Estrelando: Rosa Salazar, Christoph Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali e Ed Skrein.

James Cameron sempre se interessou em adaptar o famoso mangá de Yukito Kishiro. É lamentável constatar, portanto, que seu pet project não tenha obtido uma resposta positiva nem da crítica, nem do público. Com roteiro preguiçoso e atuações pedestres, o longa de Robert Rodriguez (dos ótimos Pequenos Espiões e Sin City) falha por não acertar o básico.

Com roteiro do próprio Cameron, o filme acompanha a ciborgue do título no distópico ano de 2563. A narrativa se passa na Cidade de Ferro, local situado abaixo de Zalem, uma espécie de paraíso flutuante que só os muitos privilegiados têm acesso. Quando o Dr. Ido (Waltz) encontra o núcleo de Alita no meio do ferro-velho, o reconstrói dando a ela o antigo corpo de sua filha, morta anos antes. Com um novo corpo, mas sem memória, Alita começa uma jornada para se lembrar de quem era.

Mesmo com o bom trabalho da carismática Rosa Salazar, basicamente carregando o projeto nas costas, é inegável que a natureza digital de Alita caia no chamado uncanny valley, causando um estranhamento que, em diversos momentos, fragiliza a narrativa. Possuindo um ar ingênuo e aspirações adolescentes, a ciborgue inevitavelmente descobre seu propósito e vários inimigos.

É aí que começam grande parte dos problemas do longa, que deixa de lado o desenvolvimento dos personagens secundários para se concentrar em sequências de ação. Novos conflitos e ameaças são introduzidos praticamente em todas as cenas. E, já que mencionei as sequências de ação, por mais que sejam interessantes e bem coreografadas, se tornam repetitivas depois da terceira ou quarta luta.

Nada é realmente esclarecido sobre os demais personagens e suas motivações, e mesmo os ótimos Mahershala Ali e Jennifer Connelly pouco têm a fazer, já que interpretam figuras definidas apenas por uma característica. O próprio passado de Alita, importante para a trama, é pouco abordado, já que o roteiro prefere se concentrar numa subtrama constrangedoramente ridícula envolvendo um romance entre Alita e Hugo (Keean Johnson, fraquíssimo). De todo modo, Anjo de Combate parece seguir a tradição de Hollywood de investir em adaptações de mangá mal-sucedidas, ainda que apresentadas tão lindamente.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e 20th Century Fox.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Crítica: Escape Room (2019)













Dirigido por: Adam Robitel. Roteiro de: Bragi F. Schut, Maria Melnik. Estrelando: Taylor Russell, Logan Miller, Deborah Ann Woll, Tyler Labine, Jay Ellis, Nik Dodani.

Com a estreia de Jogos Mortais, em 2004, o subgênero torture movie conseguiu uma visibilidade nunca antes imaginada. Servindo de inspiração para diversos filmes, desde o estúpido Hostel até o excelente O Segredo da Cabana, o longa agora inspira mais um diretor.


O roteiro acompanha seis pessoas, de diversas idades e profissões, que participam de uma brincadeira de escape room, aquelas salas em que o participante deve escapar dentro de um tempo pré-definido, por meio de pistas nelas inclusas. Só que, desta vez, o vencedor ganhará o prêmio de 10 mil dólares.


Pouco ambicioso e estruturalmente problemático, o longa opta por uma clássica introdução in media res, que depois percebemos ser uma muleta narrativa para disfarçar o terceiro ato anticlimático. Na maior parte das vezes, a impressão que surge é que os roteiristas apenas pensaram em situações que poderiam ser interessantes, atirando-as na narrativa com o provável intuito de desenvolvê-las posteriormente (e, claro, esquecendo-se de fazer isso).


Nunca imaginei que um dia escreveria isso, mas confesso que em certos momentos cheguei a torcer para que os realizadores parassem de tentar desenvolver os personagens e se concentrassem apenas na ação. Digo isto porque os flashbacks sobre o passado de cada um eram demasiado estúpidos, piegas ou simplesmente constrangedores.


Errando ao fornecer respostas para perguntas que, ao serem esclarecidas, geram apenas desencanto, o longa ainda investe em pontas soltas para uma possível continuação. Escape Room não é um projeto ofensivamente ruim, mas é mediano o suficiente para nos fazer lamentar o desperdício de mais uma premissa interessante. 


Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Espaço Z e Sony Pictures.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Crítica: Uma Aventura LEGO® 2 (2019)













Dirigido por: Mike Mitchell. Roteiro de: Phil Lord, Christopher Miller. Estrelando: Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Tiffany Haddish.

Uma Aventura LEGO foi uma das animações mais surpreendentes de 2014, com seu roteiro ágil, piadas precisas e imaginação imensa. Seguida por dois spin-offs, o ótimo The LEGO Batman Movie e o medíocre LEGO Ninjago, agora a Warner finalmente lança a continuação propriamente dita.

Novamente acompanhando as peripécias do construtor Emmet (Pratt), o roteiro inicia-se imediatamente após os acontecimentos do filme anterior, no qual Emmet e seus amigos enfrentam a ameaça do planeta Duplo. Depois de uma guerra devastadora que transformou a cidade em um universo pós-apocalíptico, Batman (Arnett), Lucy (Banks) e outros são sequestrados pela rainha Tuduki Eukiser'ser (Haddish). Sem mais spoilers, portanto, Emmet parte para o resgate.

Como de costume, Uma Aventura LEGO 2 conta com a participação de praticamente todos os personagens de HQs e cultura pop sobre os quais a Warner detém os direitos. Alguns exercem alguma função na trama, já outros a simples aparição se torna um fim em si mesma. De todo modo, é divertido acompanhar as trapalhadas de Emmet e o narcisismo do Batman, cuja voz incrivelmente grave de Will Arnett deixa todas as falas engraçadas.

Apresentando mundos construídos em LEGO bem menos imaginativos do que os vistos nos filmes anteriores, o longa aposta numa quantidade de canções bem acima do ideal. E, provavelmente julgando que sua alfinetada nas letras fáceis de canções pop contemporâneas não ficou clara o bastante, o diretor chega a empregar quatro números musicais com o mesmo objetivo.

Apesar de tantos problemas, o projeto representa uma estratégia interessante por parte da  divisão de animação da Warner, que decidiu focar primeiro em derivados, lançando a continuação somente meia década depois. Ainda que os realizadores pareçam afobados demais para sugerir irreverência, o projeto é ágil o suficiente para entreter crianças e adultos.

Por Bernardo Argollo

P.S.: não deixe de conferir os créditos finais.

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.

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