quinta-feira, 7 de julho de 2022

Crítica: Elvis (2022)

Dirigido por: Baz Luhrmann. Roteiro de: Baz Luhrmann, Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Doner. Fotografia de: Mandy Walker. Estrelando: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge, Helen Thomson, Richard Roxburgh e Kelvin Harrison Jr.

Não sou o maior fã de cinebiografias, mas claro que uma realizada pelo cineasta responsável por Moulin Rouge (2001) e O Grande Gatsby (2013) chamaria minha atenção. E de maneira extremamente positiva, diga-se de passagem. Entre erros e acertos, o diretor australiano é dono de uma carreira, no mínimo, peculiar.

O roteiro acompanha a tragetória de Elvis Presley que, morto aos 42 anos, mudou para sempre a história da indústria da música. A montagem de Matt Villa (que já havia feito um trabalho brilhante em Gatsby) aposta nos raccords e outros recursos de estilo que já esperaríamos de uma produção comandada por Luhrmann. Assim, o montador investe em transições elegantes que, embora liguem momentos bastante distintos da vida do cantor, são eficazes ao jamais tornar o projeto desinteressante.

E se, como já citei, ando cada vez menos empolgado com filmes sobre a vida de artistas, devo admitir que Elvis consegue prender a atenção do espectador, jamais soando enfadonho em suas quase duas horas e quarenta minutos de projeção. Explorando também a face polêmica de seu protagonista, o roteiro não se esquiva do lado "obscuro" do cantor, abordando desde sua complexa relação com as drogas (e, claro, com seu agente) até os filmes caça-níquel que estrelou. Mas se até Xuxa fazia isso, por que condenar Elvis?

Estrelado pelo (anteriormente) desconhecido Austin Butler, o longa tem a carta na manga de contar com um ator que ainda não possui uma persona já estabelecida em nossas mentes. Desse modo, Lurhmann fica livre para criar o seu Elvis, já que, afinal de contas, o projeto não é um documentário, tampouco tem o objetivo de sê-lo. Apesar disto, surpreendentemente, a família de Presley elogiou o projeto. Pela segunda vez em sua carreira, Baz Luhrmann conseguiu aquilo que se tornou cada vez mais difícil nos tempos atuais: a unanimidade.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros. Pictures.

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