segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Crítica: Eternos (2021)

Dirigido por: Chloé Zhao. Roteiro de: Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Kaz Firpo. Fotografia de: Ben Davis. Estrelando: Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Don Lee, Harish Patel, Kit Harington, Salma Hayek e Angelina Jolie.

Após Chloé Zhao ter sido agraciada com o Oscar de direção em abril deste ano, toda e qualquer notícia relacionada a Eternos gerou um hype enorme. Cada poster, trailer ou declaração do elenco deixava os fã alvoroçados. De fato, o novo longa da Marvel toma direções intrigantes, ainda que confusas. De todo modo, o projeto tem uma missão ingrata: expandir o lado místico do MCU, bem como explicar vários pontos de sua mitologia.

Desviando da fórmula tradicional do "filme de origem", Eternos traz um olhar mais artístico, autoral. O roteiro acompanha os heróis-título, um grupo composto por seres amortais (e não imortais) que foram enviados à Terra para proteger a humanidade dos Deviantes, criaturas que aterrorizaram nosso planeta na antiguidade e, claro, estão de volta. 

E se até agora não citei o nome de um único membro do elenco, é porque todos têm tempo de tela similar, sendo desenvolvidos quase que igualmente, algo bastante incomum em narrativas sobre múltiplos heróis. Ou seja, não temos a overdose de Angelina Jolie que muitos aventaram, o que é bastante positiva, pois a atriz emprega aqui o mesmo tom monocórdico com o qual recitava as falas de Malévola. Destaco, no entanto, a atuação impecável de Gemma Chan, no seu segundo papel no MCU e Don Lee, ator sul-coreano cujo carisma já se fazia sentir desde Train to Busan (2016).

Bastante inchado em suas duas horas e meia de projeção, o longa aposta numa narrativa não-linear. Mesmo eficiente, lembra a auto-indulgência de Batman v Superman em certos momentos. A bela fotografia de Ben Davis (o mesmo de Cry Macho) chega a incluir trechos rodados em 16mm, contribuindo para uma estética própria em meio ao mundo de produções rodadas em formatos digitais.

Apesar de todos os pontos positivos, creio que Eternos jamais será unanimidade. Primeiro, por mergulhar em questões apenas tangenciadas anteriormente. Em segundo lugar, talvez uma parte do público estranhe certos incidentes da narrativa. Se esse for o seu caso, sugiro que interprete-os de maneira alegórica, não literal. O novo projeto da Marvel é um esforço interessante, que acerta em algumas propostas e falha em muitas outras. Não deixa de ser sintomático, portanto, que a cena pós-créditos seja mais empolgante do que todo o clímax.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z, Walt Disney Studios Motion Pictures e todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Eternos, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

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