terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Crítica: Wish (2023)

Dirigido por: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn. Roteiro de: Jennifer Lee e Allison Moore. Fotografia de: Rob Dressel e Adolph Lusinsky. Estrelando: Ariana DeBose, Chris Pine, Alan Tudyk, Angelique Cabral e Victor Garber.

Há 100 anos, os curtas e longas produzidos no estúdio fundado pelo velho Walt transportam crianças de 5 a 100 anos em jornadas belas, marcantes e inesquecíveis. Um ponto central em quase todas as narativas é o poder de desejos que, se feitos à uma estrela, têm grande chance de se tornarem realidade. Não importa quem você seja ou de onde venha. No belo reino de Rosas, o Rei Magnífico (Pine) controla todos os pedidos feitos por seu povo, e escolhe quais serão realizados ou não.

O roteiro acompanha a jovem Asha (DeBose) que, vivaz e sonhadora, descobre que o Rei não é tão benevolente quanto parece. Desse modo, ela apela à uma estrela para que os desejos de todos se tornem realidade. A partir disso, a Estrela vai até o reino e temos o nosso filme. Os números musicais não chegam a ser tão memoráveis quanto os da Renascença (1989-1999), mas, a bem da verdade, é difícil competir com os longas daquele período. No quesito visual, a narrativa usa um estilo de animação reminiscente de Aranhaverso, que ao misturar elementos computadorizados com outros feitos à mão, combinou perfeitamente com a atmosfera de fantasia medieval.

Recheado de referências aos clássicos do estúdio, o longa as usa de maneira orgânica e moderada, sem depender delas, de modo a evitar o caos que se tornou o Universo Marvel. No entanto, há alguma dificuldade em conciliar os tropes antigos com a era do cancelamento e do politicamente correto. Asha, naturalmente, não tem um interesse romântico, o que, por algum motivo, se tornou tabu na empresa. É uma pena que isso tenha acontecido, afinal de contas ela teria formado um belo casal com o impetuoso Simon (Evan Peters). Por outro lado, vemos a maturidade dos realizadores ao evitar clichês de outrora, como o do vilão que é castigado numa queda de grande altura.

Tropeços à parte, ao final de um ano difícil para a The Walt Disney Company, temos aqui um projeto que reverencia o passado, homenageia o presente e olha para o futuro. O filme, que só chega ao Brasil em janeiro do próximo ano, é um alento para corações infantis fatigados pelo entretenimento juvenil atual, que substituiu a inocência pelo exagero, os sonhos pela ironia e o encanto pela apelação. Como não poderia faltar, há uma emocionante surpresa após os créditos finais.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e The Walt Disney Company.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Crítica: Wonka (2023)

Dirigido por: Paul King. Roteiro de: Simon Farnaby e Paul King. Fotografia de: Chung-hoon Chung. Estrelando: Timothée Chalamet, Calah Lane, Keegan-Michael Key, Paterson Joseph, Matt Lucas, Mathew Baynton e Sally Hawkins.

Há mais de 50 anos, a adaptação estrelada por Gene Wilder (e refeita por Tim Burton) encantou desde o jovem até o jovem de coração. Eis que, em 2023, os executivos da Warner deciriam que era hora de oferecer respostas para perguntas que ninguém fez. Com alguma inventividade visual (e pieguice atroz), o longa talvez consiga divertir as crianças menores.

O roteiro, obviamente, relata a origem de Willy Wonka, aqui interpretado por Timothée Chalamet, um ator moderadamente carismático, magricela e com traços femininos pelo qual Hollywood parece nutrir certo apreço. Tendo feito bons trabalhos em Call Me By Your Name e Dune, Chalamet consegue incutir leveza em Wonka. Homem ambicioso e doce (pois é), o inventor sonha em abrir sua própria loja de chocolates.

Olivia Colman, divertidíssima, interpreta a vilã Mrs. Scrubbit quase como um troll, que surge rosnando na primeira oportunidade. Já a novata Calah Lane não tem muito o que fazer com sua personagem, pois o roteiro fornece apenas uma dimensão com a qual trabalhar. Por fim, um dos melhores momentos da projeção envolve a participação de certo ator cuja identidade não vou revelar.

E se não citei até agora o fato do projeto ser um musical, é porque nenhum dos números encenados é particularmente memorável. De todo modo, cumprem com alguma competência a função de empurrar a história para a frente. Diferentemente da versão mais fria e sádica de Johnny Depp, o Wonka visto aqui protagoniza uma bobagem divertida, que provavelmente deveria ter ido direto para o streaming.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.

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