terça-feira, 17 de maio de 2016

Crítica: X-Men - Apocalipse (2016)













Dirigido por: Bryan Singer. Roteiro de: Simon Kinberg. Produzido por: Lauren Shuler Donner, Simon Kinberg, Bryan Singer Estrelando: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult.

A franquia X-Men foi, ao longo de dezesseis anos, merecidamente reconhecida como referência no que diz respeito a filmes de super-heróis. Sem sacrificar a história em detrimento da ação, os filmes da franquia se arriscam tematicamente sem deixar de ter apelo comercial.

Dez anos após os acontecimentos vistos em Dias de Um Futuro Esquecido, o roteiro acompanha as versões mais jovens dos mutantes, quando o trio Magneto (Fassbender), Mística (Lawrence) e Xavier (McAvoy) se reúnem novamente para enfrentar o mutante Apocalipse (Isaac). Mais antigo dos mutantes, Apocalipse foi reverenciado como um deus no Egito Antigo e agora, decepcionado com a humanidade, decide eliminá-la.

Extremamente parecido com o Ronan de Guardiões da Galáxia (a comparação é inevitável), Apocalipse utiliza maquiagem e figurino pesados que não permitem que apreciemos as nuances da atuação do ótimo Oscar Isaac. Além disso, a voz alterada digitalmente o fez soar como um vilão genérico, do tipo que já pôde ser visto em uns dez filmes.

No elenco mais jovem, os destaques ficam por conta de Sophie Turner, Jennifer Lawrence e Nicholas Hoult, que conseguem transmitir com um olhar o que muitos de seus colegas precisariam de diálogos para passar. McAvoy e Fassbender estão no piloto automático, este último prejudicado por repetir o arco dramático do tipo erro-queda-redenção que já se tornou marca de seu personagem em quase todos os filmes da franquia. O onipresente Wolverine (Jackman), é reduzido a uma simples ponta. Ademais, o roteiro incomoda pelo excesso de diálogos constrangedoramente expositivos, mas isso é um pecadilho diante da qualidade do elenco.

Visualmente impressionante como esperado, o longa investe numa fotografia dessaturada que evidencia o clima de tensão dos personagens, ao passo que aqui e ali o espectador atento notará dicas visuais do que irá acontecer a seguir, como a camiseta roxa que o Prof. Xavier utiliza em certo momento, por exemplo. As cenas de ação são bem coreografadas, com destaque para a engenhosa sequência envolvendo Mercúrio (Peters).

Felizmente, Apocalipse consegue retratar o clima dos anos 1980 sem apelar para o cafona ou fazer referências excessivas. A música do período é utilizada brilhantemente e a piada envolvendo Retorno de Jedi  (“o terceiro filme é sempre o pior”) foi simplesmente hilária. Além de alfinetar um filme da própria franquia, momentos como esse mostram que Bryan Singer sabe ser inteligente sem se levar a sério demais.

É uma pena que, no terceiro ato, uma franquia que sempre apostou na riqueza de suas ideias e subtextos em detrimento do puro entretenimento acabe se rendendo a uma simples luta do bem contra o mal, que culmina numa resolução apressada que não faz jus aos dois primeiros atos. Ainda assim, o projeto se solidifica como um forte entretenimento, em um ano lotado de adaptações de quadrinhos. Resta-nos torcer para que Bryan Singer continue a injetar energia nessa franquia (talvez a única do gênero) que nunca apresentou motivos reais para decepções.

OBS.: há uma cena pós-créditos.

OBS2.: a versão em 3D é bem pensada, mas acaba por escurecer um filme cuja fotografia já tende ao acinzentado.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e 20th Century Fox.

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