terça-feira, 18 de junho de 2019

Crítica: Casal Improvável (2019)













Dirigido por: Jonathan Levine. Roteiro de: Dan Sterling e Liz Hannah. Estrelando: Seth Rogen, Charlize Theron, O'Shea Jackson Jr., Andy Serkis e Bob Odenkirk.

Seguindo a mais que manjada fórmula do odd couple, este Casal Improvável é mais uma comédia que aposta em velhos clichês, mas com o diferencial de contar com o carisma de Seth Rogen e Charlize Theron. Mistura de comédia romântica e pastelão, o projeto do diretor de Meu Namorado é Um Zumbi chega a empregar o ótimo Andy Serkis, irreconhecível, em uma quase ponta, bem como faz piada com o geralmente sério Alexander Skarsgard.


O longa narra a história de Fred (Rogen), jornalista investigativo que, após ficar desempregado, reencontra sua antiga babá, agora Secretária de Estado (Theron). Quando ela decide se lançar como candidata à presidência, acaba contratando-o para elaborar seus discursos.


Com uma direção ágil e segura, Jonathan Levine consegue imprimir ritmo numa narrativa que depende de um. Ainda que o roteiro aposte em situações que, mesmo para uma comédia, sejam absurdas demais, é divertido acompanhar o crescimento dos personagens, desde o empoderamento de Charlotte, que aos poucos ressignifica seu idealismo desenfreado, até o amadurecimento de Fred, que se autoquestiona sem perder o senso de humor. Dialogando com a política moderna por meio do presidente interpretado por Bob Odenkirk, Levine é esperto ao fazer graça enquanto aponta incongruências cada vez mais comuns nos EUA, como um negro (Jackson) votar no Partido Republicano.


Orá óbvio, ora sutil, os realizadores fazem críticas sociais interessantes. Ainda que ligeiramente inchado em seus 125 minutos de projeção, o longa encontra tempo para discutir empoderamento feminino, workaholism, papéis de gênero e até a 
(perigosa) influência dos grandes conglomerados de mídia. E mesmo não se aprofundando em nenhum desses temas, é louvável perceber que o roteiro jamais coloca em dúvida a capacidade da protagonista em ocupar os cargos que ocupa. Ácido e muito divertido, Casal Improvável é, acima de tudo, um filme moderno.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Paris Filmes.

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