terça-feira, 4 de agosto de 2015

Crítica: Quarteto Fantástico (2015)













Dirigido por: Josh Trank. Roteiro de: Simon Kinberg, Jeremy Slater, Josh Trank. Estrelando: Miles Teller, Michael B. Jordan, Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell.

Depois dos dois longas medianos lançados em 2005 e 2007, eis que, para variar, é realizado mais um reboot de super-heróis. Melhor do que seus antecessores – o que não quer dizer muita coisa – esse novo Quarteto Fantástico investe numa atmosfera ligeiramente mais sombria e dramática.

Típico “filme de origem”, o roteiro acompanha o garoto Reed Richards (Teller), que tenta criar um teletransportador em sua garagem junto com seu amigo Ben Grimm (Bell). Anos depois, em uma feira de ciências, o Dr. Franklin Storm (Cathey) o convida para trabalhar no Instituto Baxter, com o objetivo de desenvolver uma máquina para viagem entre dimensões. Juntando-se aos filhos de Storm, Sue (Mara) e Johnny (Jordan), os rapazes se teletransportam para um universo alternativo, tendo seus corpos modificados e ganhando incríveis poderes. À medida que se adaptam a essa nova realidade, eles precisam aprender a controlar suas novas habilidades e se unir para combater o vilão Victor von Doom (Kebbell).

Contando com um primeiro ato promissor, que constrói cuidadosamente a amizade entre Ben e Reed, o longa investe numa trilha sonora discreta e numa paleta de cores sóbria. Tal esforço para ser levado a sério é, infelizmente, prontamente anulado em momentos como o que mostra um pavoroso macaco em CGI (qual seria o problema em utilizar um macaco real?). Dessa forma, qualquer senso de realidade é anulado, externando a artificialidade de tudo aquilo. Aqui e ali até vemos alguns efeitos visuais competentes, mas de uma forma geral o longa desaponta nesse quesito. Vale destacar o planeta para o qual os personagens viajam, que além de ter sido concebido da maneira mais óbvia possível, acaba se parecendo muito com o que é na verdade: um cenário virtual colocado sobre o green screen.

Por outro lado, o roteiro é eficiente ao evitar mostrar coisas que podemos facilmente deduzir. Dessa forma, os personagens, ainda que arquetípicos, conseguem ser eficientes sem tornar-se emocionalmente inócuos, o que só facilita a identificação do público. Tudo isso foi possível graças à boa (mas não ótima) performance dos jovens atores.

A produção acerta por explorar dramaticamente O Coisa, personagem mais complexo do Quarteto. É uma pena que o ótimo Jamie Bell apareça pouco em sua forma humana, já que o design de sua forma pétrea pouco permita em termos de espectro de atuação. Numa comparação inevitável, nas versões anteriores o personagem era bem mais expressivo, embora não tão bem explorado. Aqui, suas expressões faciais ficam muito limitadas após a transformação, o que nos leva a questionar se mesmo o motion capture chegou a ser feito.

O vilão é, como de costume na maioria dos filmes baseados em quadrinhos, caricato e unidimensional. Afinal, não dá para esperar muita complexidade de alguém que se chama Dr. Doom (ah, esses nomes de quadrinhos...). As falas e atitudes dele são o cúmulo do clichê, logo, não tememos pelo destino dos heróis. O grande problema do projeto reside, todavia, no clímax. Depois de dois atos de desenvolvimento de personagens e da dinâmica entre eles, a resolução mostra-se apressada, súbita e, portanto, decepcionante. É óbvio que mesmo em meio a tanta pressa o filme encontra tempo de preparar o terreno para a inevitável e obrigatória continuação.

O filme estreia no dia 6 de agosto no circuito comercial.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos:
20th Century Fox
Espaço Z Salvador

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