Dirigido
por: Charlie Bean, Paul Fisher, Bob Logan. Roteiro de: Bob Logan, Paul
Fisher. Estrelando: Dave Franco, Justin Theroux, Fred Armisen, Abbi
Jacobson, Olivia Munn.
Terceiro filme da LEGO, este Ninjago tem como pano de fundo a cultura
oriental, adaptada, é claro, para paladares ocidentais. Logo após lançar um
ótimo filme, que surpreendeu pelo humor genuíno e carisma indiscutível, o
universo Batman foi explorado pela fabricante de brinquedos em seu segundo
filme, que estreou em fevereiro de 2017. Neste novo projeto, no entanto, a fórmula
já começa a dar sinais de fadiga.
Iniciado
com logos estilizados, que já ajudam a estabelecer o clima, o longa começa com
um garoto (ocidental, claro) adentrando uma sombria loja de relíquias orientais. Uma vez
dentro dela, encontra ninguém menos que Jackie Chan, que resolve lhe contar a
lenda de Ninjago. Saímos, então, do mundo real e passamos a acompanhar uma história encenada por bonecos LEGO. A trama gira em torno do garoto Lloyd que,
filho do vilão Garmadon, enfrenta o desprezo dos habitantes da cidade enquanto
tenta interromper os planos do pai, decidido a conquistar Ninjago.
Para tanto, Lloyd contará com a ajuda de seus colegas ninjas e do sábio Mestre
Wu (dublado pelo próprio Chan, na versão original).
Prejudicado pelo excesso de piadas, algo
que seus antecessores souberam dosar na medida certa, Ninjago também peca pelo
excesso de estereótipos e referências. Se era divertido ver um Batman
solitário conversando com seu computador, a dinâmica do filho-bonzinho-ajuda-pai-vilão-que-no-fundo-também-é-bonzinho vista aqui é
extremamente aborrecida, só não sendo mais insuportável do que as frases de
auto-ajuda entoadas pelo Mestre Wu. Se no primeiro longa era divertido ver a
participação especial de vários personagens sobre os quais a Warner possui os
direitos autorais, aqui a sensação é estamos vendo propaganda.
Eficiente em seus aspectos
técnicos, Ninjago conta com um design de
produção que impressiona, se divertindo ao explorar o conceito de uma cidade (e um
templo, uma floresta...) feitos de peças LEGO. Convenhamos, todavia, que
isso é o mínimo a se esperar de uma produção de milhões de dólares que, sem
o carisma das anteriores, parece decidida a forçar uma irreverência absolutamente
irritante. Além de apelar para toda cafonice narrativa já usada no Cinema, o
longa ainda conta com músicas cujas letras possuem um asqueroso teor
moralizante.
É bem provável que os pais e irmãos mais
velhos se sintam bastante entediados durante a projeção, que talvez agrade aos
espectadores mais jovens, até uns 10 anos de idade... Resta-nos torcer para que
os inevitáveis projetos vindouros, financiados pela fabricante de brinquedos,
sejam melhores.
Por Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Crítica: LEGO Ninjago - O Filme (2017)
21:36
Bernardo Argollo
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