segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Crítica: LEGO Ninjago - O Filme (2017)













Dirigido por: Charlie Bean, Paul Fisher, Bob Logan. Roteiro de: Bob Logan, Paul Fisher. Estrelando: Dave Franco, Justin Theroux, Fred Armisen, Abbi Jacobson, Olivia Munn.

Terceiro filme da LEGO, este Ninjago tem como pano de fundo a cultura oriental, adaptada, é claro, para paladares ocidentais. Logo após lançar um ótimo filme, que surpreendeu pelo humor genuíno e carisma indiscutível, o universo Batman foi explorado pela fabricante de brinquedos em seu segundo filme, que estreou em fevereiro de 2017. Neste novo projeto, no entanto, a fórmula já começa a dar sinais de fadiga.

Iniciado com logos estilizados, que já ajudam a estabelecer o clima, o longa começa com um garoto (ocidental, claro) adentrando uma sombria loja de relíquias orientais. Uma vez dentro dela, encontra ninguém menos que Jackie Chan, que resolve lhe contar a lenda de Ninjago. Saímos, então, do mundo real e passamos a acompanhar uma história encenada por bonecos LEGO. A trama gira em torno do garoto Lloyd que, filho do vilão Garmadon, enfrenta o desprezo dos habitantes da cidade enquanto tenta interromper os planos do pai, decidido a conquistar Ninjago. Para tanto, Lloyd contará com a ajuda de seus colegas ninjas e do sábio Mestre Wu (dublado pelo próprio Chan, na versão original).

Prejudicado pelo excesso de piadas, algo que seus antecessores souberam dosar na medida certa, Ninjago também peca pelo excesso de estereótipos e referências. Se era divertido ver um Batman solitário conversando com seu computador, a dinâmica do filho-bonzinho-ajuda-pai-vilão-que-no-fundo-também-é-bonzinho vista aqui é extremamente aborrecida, só não sendo mais insuportável do que as frases de auto-ajuda entoadas pelo Mestre Wu. Se no primeiro longa era divertido ver a participação especial de vários personagens sobre os quais a Warner possui os direitos autorais, aqui a sensação é estamos vendo propaganda.

Eficiente em seus aspectos técnicos, Ninjago conta com um design de produção que impressiona, se divertindo ao explorar o conceito de uma cidade (e um templo, uma floresta...) feitos de peças LEGO. Convenhamos, todavia, que isso é o mínimo a se esperar de uma produção de milhões de dólares que, sem o carisma das anteriores, parece decidida a forçar uma irreverência absolutamente irritante. Além de apelar para toda cafonice narrativa já usada no Cinema, o longa ainda conta com músicas cujas letras possuem um asqueroso teor moralizante.

É bem provável que os pais e irmãos mais velhos se sintam bastante entediados durante a projeção, que talvez agrade aos espectadores mais jovens, até uns 10 anos de idade... Resta-nos torcer para que os inevitáveis projetos vindouros, financiados pela fabricante de brinquedos, sejam melhores.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.

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