sexta-feira, 8 de março de 2024

Crítica: Imaginário (2024)

Dirigido por: Jeff Wadlow. Roteiro de: Greg Erb, Jason Oremland e Jeff Wadlow. Cinematografia de: James McMillan. Estrelando: DeWanda Wise, Tom Payne, Taegen Burns, Pyper Braun, Veronica Falcón e Betty Buckley.

A Blumhouse tem histórico de realizar projetos de terror de bom nível. A produtora, habitualmente, investe em premissas com potencial. Aqui, o público alvo são os espectadores mais jovens, dada sua classificação PG-13 e referências a signos facilmente identificáveis por adolescentes. O cineasta Jeff Wadlow foi escolhido para comandar o projeto, creio eu, por sua familiaridade com o "terror acessível", digamos assim. E, ao contrário da maior parte da crítica especializada, devo dizer que apreciei moderadamente Truth or Dare, projeto comandado por ele em 2018.

Os produtores responsáveis por Insidious, Atividade Paranormal e Uma Noite de Crime (mas também atrocidades como Five Nights at Freddie’s) agora resolvem explorar universo dos amigos imaginários. O roteiro inicia-se de maneira familiar, quando uma escritora chamada Jéssica (Wise) retorna para a casa onde morou em sua infância, juntamente com seu novo marido, o roqueiro Max (Tom Payne), bem como as duas filhas deste, fruto de outro relacionamento. Quando a mais nova (Pyper Braun, fraquíssima) encontra um urso de pelúcia e o batiza como Chauncey, seu novo "amigo", temos o nosso filme.

O longa de Wadlow é o segundo passo em falso da Blumhouse em 2024, que começou o ano com o medíocre Night SwimA parte boa é que a talentosa DeWanda Wise, que praticamente carrega o projeto nas costas (já que suas colegas de elenco pouco podem auxiliá-la) até consegue vender sua personagem. O terceiro ato aposta num conceito visual instigante, que remete ao clássico Labirinto (1986). O esforço é prejudicado, contudo, pelos diálogos constrangedoramente expositivos e insistência no uso da computação gráfica. Ao contrário do que parece ser a tônica atual da crítica cinematográfica atual, não sou avesso ao CGI. Só penso que, se existe um gênero cujas obras se enfraquecem quando apelam para o recurso, é justamente o terror.

Em última instância, Imaginário parece muito o tipo de filme que, sem potencial para salas de cinema, acaba sendo lançado direto no streaming. Anos atrás, teria ocupado prateleiras de locadoras, onde incautos gastariam seus suados recursos alugando-o. O longa não é ofensivamente ruim e conta com momentos até interessantes, mas é absolutamente descartável. Não consigo imaginar o que passou na cabeça dos executivos da Lionsgate para decidir por exibição em cinemas. Espero apenas que não inventem uma continuação.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z, Paris Filmes e Lionsgate.

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