Dirigido
e produzido por: Matthew Vaughn. Roteiro de: Jane Goldman, Matthew Vaughn. Estrelando:
Colin Firth, Julianne Moore, Taron Egerton, Halle Berry, Mark Strong, Elton
John, Channing Tatum, Jeff Bridges.
Especialista em adaptar
quadrinhos para as telas, Matthew Vaughn foi o responsável pelos ótimos Kick-Ass,
X-Men: Primeira Classe e também pelo magnífico Stardust.
Eis que, em 2014, ele apresenta o primeiro Kingsman, uma grata
surpresa em meio a tantas adaptações que HQs lançadas todos os
anos. Divertido e irreverente, o filme é nada mais, nada
menos, que uma das melhores homenagens aos filmes de espionagem já realizadas.
Agora, chega a
inevitável continuação. Neste novo capítulo, ambientado um ano após os
acontecimentos do primeiro filme, Eggsy (Egerton), agora agente da
Kingsman, precisa salvar a agência, praticamente destruída após um impiedoso
ataque de um poderoso cartel de drogas, o Círculo Dourado. Para isto, Eggsy e
Merlin (Strong) contarão com a ajuda dos Statesman (uma espécie de Kingsman
americana) para combater os planos de Poppy Adams (Moore), comandante do
cartel.
O
Círculo Dourado traz de volta tudo que
tornou o longa original tão querido. A violência cartunesca, o humor negro e as
rasas, porém válidas, discussões sociais estão presentes. Se no primeiro longa
foi discutido o choque de classes (e gerações), bem como questões de gênero, o
novo longa faz um comentário interessante sobre a criminalização das drogas.
É necessário dizer,
contudo, que a maior diferença entre os dois filmes é justamente o autocontrole
do primeiro, que mesmo com toda ação desenfreada e ritmo rápido, não
sacrificava a história em prol da ação. Neste segundo, vemos o exagero, num
claro exemplo de fan servicing. Ilustra isso a volta de Colin Firth como o
agente Harry. Se a morte de seu personagem no projeto anterior fechava um
interessante e coeso arco dramático, sua volta neste filme enfraquece todo o
trabalho feito. Depois de investidas duas horas no arco formado pela ascensão
de Eggsy e queda de Harry, qual o sentido deste voltar? Além disso, a explicação
para sua sobrevivência é ridícula demais, mesmo considerando o universo no qual
as obras se passam. Há limites para a suspensão da descrença.
Problemas à parte, há
muita coisa para se apreciar em O Círculo Dourado, começando
pelo elenco fenomenal, que se dá ao luxo de empregar Elton John numa ponta
divertidíssima. Taron Egerton exibe o carisma de sempre, enquanto Julianne
Moore se diverte horrores com sua Poppy Adams. A dinâmica entre a pompa
britânica dos Kingsman e a descontração de seus colegas americanos, com seus
chapéus de cowboy e sotaques marcantes, é um dos pontos altos do projeto. É uma
pena, no entanto, que Jeff Bridges e Channing Tatum tenham tido tão poucas
cenas. Tomara que este pecadilho seja corrigido numa eventual continuação.
Bastante inchada, com
seus 141 minutos de projeção, esta continuação dá sinais de uma autoindulgência
perigosa, em se tratando de franquias. É uma pena que o mesmo diretor que
consegue subverter conceitos e tocar em temas delicados tenha perdido o
autocontrole. Charme e carisma, porém, há de sobra.
Por Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z e 20th Century Fox.
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Crítica: Kingsman - O Círculo Dourado (2017)
20:12
Bernardo Argollo
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