quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Crítica: Caminhos da Memória (2021)

Escrito e dirigido por: Lisa Joy. Fotografia de: Paul Cameron. Estrelando: Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton e Cliff Curtis.

A estreia de Lisa Joy como diretora foi aguardada com ansiedade. Produtora e cocriadora da série Westworld, a cineasta gravou seu primeiro longa ainda em 2019. Adiado diversas vezes até ter sua estreia marcada para 20 de agosto nos EUA, o projeto terá uma dura batalha pela frente nas bilheterias, tendo que encarar O Esquadrão Suicida e Free Guy. Terá fôlego para tal? Provavelmente não.

A narrativa se passa numa Miami inundada (devido às mudanças climáticas), onde o ex-militar Nick Bannister (Jackman), que trabalha como uma espécie de investigador da mente. Operando uma máquina que permite às pessoas reviver antigas memórias, Bannister ajuda seus clientes a acessarem lembranças perdidas ou reviverem momentos marcantes. Dono de uma existência tranquila, ele vê sua vida mudar quando se apaixona por uma de suas clientes (Ferguson), que desaparece sem deixar vestígios.

Vendido pela Warner como uma ficção científica, o projeto acaba sendo uma mistura de neo-noir, thriller de ação e, sobretudo, romance. Embora Hugh Jackman e Rebecca Ferguson, que já atuaram juntos em O Rei do Show, consigam vender a paixão avassaladora de seus personagens, no fim das contas acabam remetendo a filmes muito melhores, apesar da ideia original. Ainda que evite a pieguice, o roteiro chega a ser chato, até sufocante. Há belas cenas de ação e cenários inspirados, mas também há o homem que faz tudo pela amada, a mulher bonita e misteriosa, a conspiração envolvendo gente poderosa, a velha música usada para recordar uma memória... Eu acho que já vi isso em algum lugar.

Arrastado em suas quase duas horas de duração, o longa talvez agrade os fãs do noir, já que a investigação conduzida pelo protagonista é interessante o suficiente para torná-lo assistível. Além disso, é preciso dizer que Lisa Joy tocou, de leve, num ponto sempre válido, o dos perigos de reviver o passado e se esquecer do presente. E, claro, é preciso dizer que nem todo noir tem o privilégio de ter Rebecca Ferguson interpretando sua femme fatale.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z, Warner Brothers e todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Caminhos da Memória, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Grants For Single Moms