terça-feira, 8 de junho de 2021

Crítica: Espiral - O Legado de Jogos Mortais (2021)

Dirigido por: Darren Lynn Bousman. Roteiro de: Josh Stolberg e Peter Goldfinger. Fotografia de: Jordan Oram. Estrelando: Chris Rock, Max Minghella, Marisol Nichols, Samuel L. Jackson.

Há 17 anos, um certo Jogos Mortais revolucionou o subgênero dos slasher films, introduzindo uma linguagem diferente ao mesmo tempo em que iniciava (claro) uma franquia. Sempre interessantes, mas nunca realmente memoráveis, os infindáveis capítulos da "saga" chegaram ao fim. O que fazer em seguida? Reboot, é claro.

Dessa forma, acompanhamos aqui o detetive Ezekiel Banks (Rock, sempre carismático), encarregado de investigar uma série de assassinatos com características bem familiares. Trabalhando à sombra de seu pai (Samuel L. Jackson, que rivaliza com Jason Statham o posto de ator mais typecasted da história do Cinema), Ezekiel acaba ficando bem no centro do jogo.

Mudando a estratégia pretérita, a direção aposta mais no mistério em si do que no horror, o que se revela uma péssima decisão, já que a investigação é confusa, cheia de furos e, claro, a estupidez dos detetives acaba com qualquer suspensão de descrença. Certos diálogos parecem até uma paródia dos cop films dos anos 1980, e a incerteza dos realizadores sobre qual rumo tomar desperdiça a boa química entre Jackson e Rock.

Num sinal óbvio de fadiga criativa, as cenas de tortura vistas aqui são bem menos inventivas do que as de capítulos anteriores, ao passo que a montagem apela para cortes excessivos que fracassam em gerar suspense. Nos Saw anteriores, ficava claro que havia chance de a vítima da "brincadeira" sair viva, ainda que lhe custasse seus membros, já aqui essa opção parece impossível. Não darei detalhes para evitar spoilers, mas, de todo modo... Seria uma metáfora do diretor para o estado desta franquia, que está fadada a morrer não importa o quanto se debata?

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z, Paris Filmes e todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Espiral, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

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