quinta-feira, 17 de junho de 2021

Crítica: Em Um Bairro de Nova York (2021)













Dirigido por: Jon M. Chu. Roteiro de: Quiara Alegría Hudes. Fotografia de: Alice Brooks. Estrelando: Anthony Ramos, Corey Hawkins, Leslie Grace, Melissa Barrera e Olga Merediz.

In the Heights (que título nacional ruim, né?) é o segundo filme do diretor Jon M. Chu que, apesar de reconhecer os méritos, aprecio moderadamente. O primeiro, Crazy Rich Asians (2018), inovou na representação de minorias ao mesmo tempo em que se estabelecia como uma comédia efetiva. Aqui, temos uma proposta parecida, só que em forma de musical.

Adaptado do espetáculo homônimo da Broadway, o roteiro não segue uma trama definida. Com a narração do jovem Usnavi (Ramos), acompanhamos as jornadas dos habitantes de Washington Heights, bairro nova-iorquino de população predominantemente latina. Assim, os personagens cantam sobre seus sofrimentos, anseios, dificuldades, desejos, e o que mais aparecer.

Esteticamente interessante, sem criar confusão visual, o projeto soa inchado em suas mais de duas horas de duração. Não dá para deixar de citar, claro, o plano envolvendo o reflexo de dançarinos na vitrine de uma loja (vocês reconhecerão imediatamente ao assistir), que certamente merece figurar em qualquer antologia de melhores momentos do Cinema em 2021. Quanto aos números musicais, estes variam entre o divertido, o tedioso e o intragável (Paciencia y Fe é particularmente ruim), comprometendo a consistência da trilha sonora. Falando em trilha, a participação de Lin-Manuel Miranda (compositor/letrista do musical original e produtor do longa) soa pouco inspirada e descartável, já que seu personagem não desempenha função alguma na narrativa, e além disso protagoniza uma constrangedora cena pós-créditos. 

Evoluindo na representatividade latina no cinema hollywoodiano, In the Heights infelizmente também invisibiliza outros grupos, já que não conta com um único personagem brasileiro ou afro-latino. A comunidade brasileira nos EUA tem quase meio milhão de habitantes, portanto é quase ofensiva a ausência de qualquer referência ou mesmo uma simples fala em português. De todo modo, o projeto convence pela entrega absoluta de todos os envolvidos, numa vibe escancaradamente política. Seria pedir muito um brasileiro na continuação?

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z, Warner Bros. e todos aqueles presentes na sessão de imprensa de Em Um Bairro de Nova York, por acreditarem na experiência inesquecível de assistir um filme no cinema.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Grants For Single Moms