quarta-feira, 29 de maio de 2019

Crítica: Godzilla II - Rei dos Monstros (2019)













Dirigido por: Michael Dougherty. Roteiro de: Michael Dougherty, Zach Shields. Estrelando: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Sally Hawkins, Charles Dance e Ken Watanabe.

Provavelmente inspirada pelos inúmeros universos compartilhados que se multiplicaram na última década, a Legendary Entertainment deu início ao seu MonsterVerse em 2014, com o razoável reboot de Godzilla. Seguido pelo ótimo Kong: A Ilha da Caveira, o kaiju finalmente retorna neste novo projeto, agora contando com a participação de várias outras criaturas clássicas do cinema de ação japonês.

Co-escrito pelo próprio diretor, o roteiro retoma os acontecimentos cinco anos após a destruição de São Francisco, clímax do primeiro filme. E, assim como aquele projeto, este também tenta promover envolvimento do espectador com os personagens, de modo a evitar a nulidade emocional tão comum em filmes-desastre. A má notícia é que, mais uma vez, é dado foco desnecessário a personagens mal desenvolvidos, subtramas descartáveis e mensagens ecológicas sem sentido. O resultado é um longa metragem sobre monstros lutando que, incrivelmente, soa aborrecido.

Assim, no primeiro ato somos apresentados à Dra. Emma Russell (Farmiga), que em 2014 perdeu seu filho mais velho, irmão de Madison Russell (Millie Bobby Brown, chatinha como sempre). Emma é uma das principais cientistas da Monarch, empresa que supervisiona os titâs, mantendo-os adormecidos. Quando um equipamento de comunicação via sonar com os monstros cai nas mãos de um ecoterrorista, Emma, Madison e os demais cientistas da Monarch se veem diante de um conflito de gigantes que pode acabar com a humanidade.

Se por um lado a narrativa beira o ridículo, o diretor ao menos é inteligente ao estebelecer a geografia das cenas e deixar que acompanhemos as cenas de ação, já que Gareth Edwards (Rogue One) praticamente não permitia que víssemos o personagem-título no filme de 2014. Mesmo com vários desafios técnicos (várias batalhas se passam à noite e com chuva), conseguimos acompanhar a ação sem que ela pareça confusa. Há uma batalha que foi iluminada de maneira absolutamente brilhante, vocês reconhecerão imediatamente ao assistir. É bem possível, afinal de contas, acompanhar lutas à noite. Fica a dica para o diretor de fotografia de um episódio recente de certa série...

O design das criaturas não sai do óbvio, com destaque para a belíssima Mothra, mariposa gigante que aqui é aprensentada em sua versão mais interessante desde a primeira aparição, em 1961. Já a fotografia se mostra bem mais caprichada, com quadros tão lindos que dá vontade de printar, emoldurar e pendurar na parede. 

Rei dos Monstros é um projeto que reafirma o que todos já sabem: boas cenas de ação e efeitos visuais de ponta não substituem uma boa narrativa. Não que o filme seja totalmente desprovido de charme... como não admirar a coragem de um longa que, em 2019, traz um computador iniciando o sistema com uma barra de progresso mostrando o estágio?

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.

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