terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Crítica: Bumblebee (2018)













Dirigido por: Travis Knight. Roteiro de: Christina Hodson. Estrelando: Hailee Steinfeld, John Cena, Jorge Lendeborg Jr., Stephen Schneider.

Se há algo que nunca devemos fazer, é criar expectativa acerca de um filme. E Bumblebee é um bom exemplo disso. Spin-off de um saga que, filme após filme, conseguiu provar que não há limites para a estupidez, este novo projeto surpreende pela leveza e roteiro afiado.

Comandado por Travis Knight (do ótimo Kubo e as Cordas Mágicas), o longa se passa em 1987, vinte anos antes dos acontecimentos vistos no primeiro Transformers. Aqui, acompanhamos a trajetória da garota Charlie (Steinfeld) que, interessada por mecânica automotiva, encontra um fusca amarelo em um ferro-velho. Esse fusca, porém, é na verdade um robô enviado por Optimus Prime para estabelecer, na Terra, uma base segura para os Autobots se refugiarem dos temíveis Decepticons.


Felizmente, o filme se concentra na relação entre a garota e o simpático transformer, e não em guerras entre facções de robôs. Se em outros longas da série éramos obrigados a acompanhar longas sequências de batalhas, diálogos absurdos, pitadas de humor racista e Mark Wahlberg como cientista (pois é), aqui temos uma narrativa mais simples e acessível.

Reminiscente de filmes como E.T.: O Extraterrestre, Bumblebee traz aquela eterna história sobre o convívio com o diferente e a amizade que ultrapassa qualquer obstáculo. A protagonista, vivida por Hailee Steinfeld como uma garota forte e determinada, tem uma química perfeita com o desajeitado Autobot. E se as referências musicais aos anos 1980 cansam pela insistência e aleatoriedade, a direção segura de Knight contorna este problema com uma mis-en-scène precisa e enquadramentos certeiros, de modo que as batalhas não se tornam uma confusão ininteligível. Tomara que Michael Bay aprenda com ele.

Em meio a tiradas divertidas e humor leve, é interessante notarmos a sutil crítica à mentalidade da Guerra Fria, ressaltada pela ótima performance de John Cena, de O Touro Ferdinando. Os personagens secundários também conseguem se estabelecer sem chamar atenção desnecessária para si mesmos ou parecer caricaturas. Por fim, Bumblebee é esteticamente interessante e divertido o suficiente para reavivar nosso interesse por batalhas envolvendo robôs gigantes.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Paramount Pictures.

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