quarta-feira, 6 de junho de 2018

Crítica: Oito Mulheres e um Segredo (2018)













Dirigido por: Gary Ross. Roteiro de: Gary Ross, Olivia Milch. Estrelando: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Rihanna.

Durante a década passada, o diretor Steven Soderbergh resolveu se divertir, e transformou a ideia de um ‘remake’ do filme Onze Homens e um Segredo em uma trilogia de fórmula bem simples e descompromissada: um elenco de grandes astros, interpretando criminosos que planejam e executam grandes - e criativos - roubos.  Após um inevitável esgotamento de ideias, eis que a franquia nos traz um sutil sopro de ar fresco em “Oito Mulheres e um Segredo”, seu primeiro exemplar “feminino”. Temos aqui a história de Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã do ex-protagonista Danny Ocean (George Clooney).

Dirigido por Gary Ross (de “Jogos Vorazes”), o novo filme pode se enquadrar tanto na categoria de “reboot” (reinicialização da franquia) quanto “spin off” (derivado). Os valores de produção, as transições de cenas, o ritmo ágil e recheado de informações, e até as músicas certeiras - sejam canções pop, ou temas instrumentais “estilosos” - remetem aos mesmos padrões da trilogia inicial. Para completar, a dinâmica hipnótica das protagonistas Sandra Bullock e Cate Blanchett nos remete àquela anteriormente explorada por George Clooney e Brad Pitt.


Ross não consegue atingir níveis de maestria, mas é bem sucedido ao evitar qualquer pastiche de ideias anteriores, além de evitar excessos na utilização de personagens e fatos dos primeiros filmes. A história flui de uma forma que não ofende a memória afetiva do espectador antigo, ao mesmo tempo em que se mostra independente para o recém-chegado. Cenas como aquela envolvendo um óculos ‘scanner’, e os desdobramentos posteriores ao roubo ainda fazem valer o investimento nesse tipo de trama.


Além da excelente dupla principal, vale destacar o desempenho convenientemente surtado de Anne Hathaway, o estilo criativo e diferenciado de Awkwafina, e o uso moderado da cantora Rihanna (a qual consegue convencer bem como ‘hacker’). Sarah Paulson faz uma atuação apenas 'ok', e Helena Bonham Carter se alterna entre ótimos momentos e alguns abusos dos seus velhos maneirismos “assustados”. Já o elenco masculino chega a passar praticamente batido, o que é uma pena.


Sim, é verdade que “Oito Mulheres e um Segredo” bebe de uma fórmula que, para espectadores desencantados desde o segundo filme, pode parecer defasada. Por outro lado, ainda temos aquela essência focada em altas doses de pose, charme, e deboche constante “nas entrelinhas”. E como diria Sandra Bullock em uma das cenas mais cômicas do longa: “isso tudo é pela criança criminosa que existe dentro de todos nós”. O menino já foi bastante destacado. Agora é a vez da menina..
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Por Fábio Cavalcanti

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros.

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