Dirigido por: Chris Buck e Jennifer Lee. Roteiro de:
Jennifer Lee. Fotografia de: Tracy Scott Beattie e Mohit Kallianpur. Estrelando: Kristen Bell, Idina
Menzel, Josh Gad e Jonathan Groff.
Maior bilheteria de uma animação da História (excluindo-se o “live-action” de O Rei Leão), Frozen acertou por empregar uma velha fórmula de um jeito inovador. Está tudo lá: a princesa em perigo, o coadjuvante engraçadinho, as músicas contagiantes e, claro, um vilão odioso. Assim sendo, torna-se agora o terceiro filme do cânone Disney a ganhar uma continuação, o primeiro sendo Bernardo e Bianca, em 1990, seguido por Detona Ralph, que ganhou sua sequência em 2018.
O
roteiro, mais uma vez, acompanha a rainha Elsa (Menzel) e sua irmã
Anna (Bell). Agora vivendo felizes em Arendelle, as moças têm sua paz interrompida quando Elsa começa a ouvir
uma voz que a chama para ir além do que conhece. Desse modo, as duas irmãs se
juntam a Kristoff (Groff) e ao boneco de neve Olaf (Gad) em direção ao
desconhecido, para descobrir um antigo mistério de seu reino.
Ainda
que os números musicais não sejam tão contagiantes quanto os do capítulo
anterior, cumprem bem sua função de empurrar a história para a frente. E já que
falei em músicas, o que houve com as adaptações incríveis para o português que
eram feitas nas animações Disney dos anos 1990? Para onde foi a equipe que
conduziu versões memoráveis das canções de A Pequena Sereia, Aladdin, A Bela e
a Fera, Mulan (...)?
Desde Enrolados (2010), o que temos nas dublagens é uma mixagem pedestre, aliada a versos com métrica errada e
adaptação medíocre, comprometendo bastante a experiência. E, juntando-se isso à
mais do que provável escassez de cópias legendadas quando o filme estrear em
janeiro, teremos que nos contentar com o trabalho pavoroso do estúdio
brasileiro.
Já
que citei o projeto de 2010, é impossível não notar que ambos os filmes incluem
uma sequência envolvendo o rompimento de uma represa. A comparação inevitável entre as duas cenas nos faz perceber o quanto a animação de fluidos evoluiu na última década.
Tecnicamente precisos, como de costume, os animadores da Disney merecem aplausos
pelo capricho nos detalhes, como os reflexos em superfícies geladas, movimentos
elegantes e, claro, por empregarem um design
de produção rico não como um fim em si mesmo, mas em prol da narrativa.
Explorando
um universo repleto de tons de branco, cinza e azul sem que isso se torne
cansativo, o longa dá seguimento à lógica visual de seu antecessor. Mais uma
vez, Elsa veste roxo no primeiro ato. Afinal, ela está “morta”, e logo depois
vem a mesma transformação visual que já conhecemos. É uma repetição de fórmula?
Certamente. Mas vejam que, se o roteiro do primeiro Frozen pecava por apresentar uma solução repentina demais para os
problemas da rainha, aqui suas questões existenciais ficam esclarecidas. Agora,
ela finalmente encontrou seu lugar.
Falando
em Existencialismo, este também é o foco de Olaf, que faz piadas precisas (uma
delas direcionada especificamente para os pais) e inteligentes, remetendo ao
Burro da franquia Shrek. Se não há
músicas dignas de nota, há cenas de ação eficientes casadas com momentos
antológicos, e eu não poderia terminar esse texto sem ao menos mencionar a belíssima sequência envolvendo um cavalo. Frozen II diz muito
para todas as idades. A jornada de descobrimento nunca acaba.
P.S.:
há uma importantíssima cena pós-créditos.
Por
Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z e Walt Disney Studios Motion
Pictures.
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