terça-feira, 22 de outubro de 2019

Crítica: Zumbilândia 2 - Atire Duas Vezes (2019)













Dirigido por: Ruben Fleischer. Roteiro de: Rhett Reese, Paul Wernick e Dave Callaham. Fotografia de: Chung Chung-hoon. Estrelando: Woody Harrelson, Jesse Eisenberg, Abigail Breslin, Emma Stone e Rosario Dawson.

Dez anos após o incrível Zumbilândia, o diretor Ruben Fleischer retorna para esta continuação que, embora aqui e ali traga o gostinho do original, falha em seu propósito principal, sem conseguir replicar a experiência do filme de 2009. O foco nos carismáticos personagens continua, mesmo em meio a novas "espécies" de zumbi, uma delas bem mais difícil de matar que as criaturas do filme anterior.


Mais uma vez, acompanhamos a jornada da família composta pelo durão Tallahassee (Harrelson), seu fiel escudeiro Columbus (Eisenberg), a instável Wichita (Stone) e sua irmã Little Rock (Breslin, agora adulta). Morando na Casa Branca, os andarilhos parecem ter, finalmente, fixado residência. É uma questão de tempo até que eles se vejam forçados a romper seus laços. Afinal, o mundo é dominado por zumbis.


Recorrendo ao velho truque do road movie, Atire Duas Vezes até consegue passar a impressão de que algo realmente está acontecendo, quando na verdade é apenas o cenário que está mudando. Visualmente inventivo e com um design de produção afiado, temos aqui sets que dificilmente serão esquecidos, desde o museu dedicado a um certo cantor até a comunidade hippie que, habitando um arranha-céu abandonado, parece incapaz de reconhecer a ameaça representada pelos mortos-vivos.


Como quase toda continuação de comédia, o longa se vê preso à necessidade de reprisar situações de seu antecessor, bem como investe em gags que, embora engraçadas a princípio, cansam pela insistência, como a sequência envolvendo os "sósias" de Harrelson e Eisenberg. Já Emma Stone, eficiente como de hábito, acerta por não tentar fazer graça com sua Wichita, fazendo com que as piadas surjam naturalmente. Há um ou dois momentos realmente inspirados, envolvendo o fato daquele universo ter estagnado há mais de dez anos.


Embora não seja particularmente bem escrito ou atuado, o projeto tem carisma suficiente para se destacar em meio ao excesso de continuações que são lançadas todos os anos. Mais ambicioso que o original em suas sequências de ação, graças ao orçamento mais generoso e, claro, à experiência que o cineasta adquiriu nestes anos, Zumbilândia 2 se beneficia de uma duração breve. Além disso, traz aquela que é provavelmente uma das melhores cenas envolvendo zumbis da história do gênero. É o bastante para animar até o mais sisudo dos espectadores.


P.S.: fiquem até o fim dos créditos. Fiquem. Mesmo.


Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Espaço Z e Sony Pictures

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