quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Crítica: Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro (2019)













Dirigido por: André Øvredal. Roteiro de: Dan e Kevin Hageman. Fotografia de: Roman Osin. Estrelando: Zoe Colletti, Michael Garza, Gabriel Rush, Austin Abrams, Dean Norris e Gil Bellows.

Segundo filme em inglês do norueguês André Øvredal, Histórias Assustadoras é o segundo esforço do cineasta no gênero terror. Em 2016, ele comandou o ótimo A Autópsia, e agora retorna com este novo projeto, produzido por ninguém menos que Guillermo del Toro.


O roteiro dos irmãos Hageman, baseado nos livros de Alvin Schwartz, se passa em 1968, acompanhando a jornada da jovem Stella. Dona de um passado traumático (quem poderia imaginar?) a garota descobre um livro em uma mansão abandonada. Só que, nesse livro, aparecem histórias terríveis, que se tornam reais. Agora, a moça deve desvendar o mistério por trás dessa maldição, juntamente com seus amigos.


Iniciado com uma narração em off que resume bem a proposta, os realizadores investem num primeiro ato envolvente que apresenta os personagens e seus dilemas de forma eficiente. O longa acerta por ancorar sua narrativa na performance segura de Zoe Colletti. Ainda que tendendo à unidimensionalidade, a jovem atriz consegue imprimir peso dramático à Stella, já que nunca duvidamos da urgência de suas ações e da força de seus traumas, ainda que clichês.


Ainda que apresente sequências promissoras, que começam bem ao priorizar a construção da atmosfera, Øvredal infelizmente cai na armadilha dos jump scares, além de mostrar criaturas e elementos que ficariam melhor sugeridos ou subentendidos. O exemplo mais óbvio é a ridícula criatura que persegue o personagem de Michael Garza no terceiro ato. Além de copiada de filmes muito melhores, distrai por sua artificialidade. A lógica das cores empregadas pela fotografia de Roman Osin se revela previsível, ainda que coerente, com destaque para os corredores que em certo momento mergulham no vermelho.


Incluindo simbolismos óbvios o suficiente para que possamos intuir suas insatisfatórias respostas, Histórias Assustadoras ainda termina com um fraquíssimo gancho para uma continuação. Não se alongando mais do que o necessário, o projeto não é ruim, mas provavelmente será uma decepção para os fãs do livro. É triste constatar que o diretor deveria ter se ocupado mais em resolver os problemas narrativos do que em plantar a semente de uma sequência que, se realizada, terá uma dificílima missão pela frente.


Por Bernardo Argollo


Agradecimentos: Diamond Films.

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