segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Crítica: Logan (2017)













Dirigido por: James Mangold. Produzido por: Hutch Parker, Simon Kinberg, Lauren Shuler Donner. Roteiro de: Scott Frank, James Mangold, Michael Green. Estrelando: Hugh Jackman, Patrick Stewart, Dafne Keen.

17 anos. 9 filmes. Os X-Men foram os responsáveis por ressuscitar o subgênero de super-herói no início dos anos 2000 e, ao longo dessa década e da atual, houve tanto excelentes adaptações quanto momentos vergonhosos. Dito isto, Hugh Jackman entrega sua melhor atuação ao se despedir do personagem que o alçou ao estrelato.

Mais ambicioso que os dois filmes solo anteriores (o fraco Origins e o mediano Wolverine Imortal), o roteiro deste Logan se passa em 2029, um futuro no qual a maior parte dos mutantes desapareceu. Sentindo-se culpado por tudo que fez em outras épocas, o Wolverine aqui visto abusa de álcool, anda de forma trôpega e está com olhos sempre avermelhados, o que, mais do que uma forma de compor seu estado, confere uma vulnerabilidade comovente. Trabalhando como motorista de limusine em uma cidade próxima à fronteira com o México enquanto tenta zelar pelo decadente Professor Xavier, que já passa dos 90 anos, Logan vê sua triste rotina alterada quando é contratado para transportar uma garotinha com poderes similares aos dele.

As lutas e cenas de ação são coreografadas com a perícia habitual de Mangold, que acerta ao não tornar a ação incompreensível e também ao aproveitar-se da classificação indicativa maior para expor as consequências da violência ali retratada. Além da performance de Jackman, o sempre ótimo Patrick Stewart destaca-se mais uma vez, conferindo ao Professor Xavier um ar de instabilidade que vai de encontro ao que estamos habituados a ver. Já a atriz Dafne Keen, de 11 anos, oferece uma performance intensa como a mutante Laura que, calada durante a maior parte dos 137 minutos de projeção, transmite um mundo de sentimentos com sutis mudanças no olhar.

Felizmente, a fotografia de John Mathieson foge do clichê, fazendo uso de cores quentes, numa clara influência western complementada pela divertida referência à Os Brutos Também Amam (1953), clássico que narra a vida um pistoleiro que se isola para evitar confrontar-se com seu passado.

Finalmente entregando-se às suas origens nos quadrinhos, Logan apresenta o mutante adulto e agressivo que os fãs aguardavam há anos. Filme corajoso, violento e surpreendentemente profundo, a última aparição de Hugh Jackman como Wolverine se estabelece como a melhor adaptação de quadrinhos dos últimos anos.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e 20th Century Fox.

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