quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Crítica: A Grande Muralha (2016)













Dirigido por: Zhang Yimou. Roteiro de: Carlo Bernard, Doug Miro, Tony Gilroy. Produzido por: Thomas Tull, Charles Hoven. Estrelando: Matt Damon, Jing Tian, Pedro Pascal, Willem Dafoe.

A Grande Muralha, novo projeto do cineasta chinês Zhang Yimou (do ótimo Herói) não ficaria deslocado se exibido na Sessão da Tarde. Combinando um belo design de produção, aliado a uma trama simples e personagens arquetípicos, a produção sino-americana é inteligente ao combinar o arco do bandido-convertido-ao-bem com o da guerreira-forte-e-disciplinada.

O roteiro, escrito a seis mãos, acompanha a jornada de William (Damon), um bandido inglês que vaga pelo território chinês na época da dinastia Song junto com seu companheiro (Pascal, de Game of Thrones), em busca de pólvora. Ao cair em uma armadilha, eles são forçados a se tornaram hóspedes do Exército Sem Nome, que defende a muralha do título dos ataques de uma horda de monstros que atacam a cada 60 anos.

Conhecido pelas cenas de ação bem executadas e movimentos de câmera audaciosos, Yimou não decepciona nestes aspectos. Como bom conhecedor de linguagem cinematográfica, ele compreende que não é necessário tornar a ação ininteligível para conferir tensão. Assim, o espectador sempre sabe onde estão os personagens, para onde se movimentam e suas relações espaciais entre si.

Os figurinos reluzentes e elaborados usados pelos diferentes batalhões são um verdadeiro espetáculo, especialmente o da comandante interpretada por Jing Tian. Cada formação de soldados executa uma parte do intrincado combate aos monstros Tao Tei, minha favorita são os acrobatas que lutam pendurados por cordas de bungee jump.

É uma pena que um universo tão elaborado seja povoado por personagens tão caricatos, ainda que alguns atores como Damon e Tian se esforcem para transformá-los em figuras tridimensionais. Em última instância, A Grande Muralha acerta ao não tentar se estender além do necessário e, não se levando muito a sério, funciona como um belo entretenimento.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Universal Pictures.

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