quinta-feira, 28 de março de 2024

Crítica: Godzilla e Kong - O Novo Império (2024)

Dirigido por: Adam Wingard. Roteiro de: Terry Rossio, Simon Barrett e Jeremy Slater. Cinematografia de: Ben Seresin. Estrelando: Rebecca Hall, Brian Tyree Henry, Dan Stevens, Kaylee Hottle, Alex Ferns e Fala Chen.

O MonsterVerse da Warner nunca foi particularmente notável, mas também nunca deu motivos reais para desapontamentos. Um roteiro fraco aqui, uma escalação questionável ali... Mas sobreviveu, aos trancos e barrancos. O que provavelmente os executivos do estúdio não imaginariam é que um certo filme de 2023 elevaria muito o nível desse tipo de produção. Logo, O Novo Império se prejudica duplamente, pois além de ser ruim, sofre pela inevitável comparação com a obra de arte de Takashi Yamazaki.

O roteiro aqui segue, claro, Godzilla e Kong, que agora devem se unir para combater uma nova ameaça que despontou na "terra oca". Além disso, o projeto tangencia questões como a origem dos Titãs e da própria Ilha da Caveira. De adições ao elenco, a única digna de nota é Dan Stevens, que consegue imprimir algum carisma no divertido Trapper. De resto, é mais do mesmo: as mensagens ambientaloides de sempre, o personagem conspiracionista que explica a trama, a pesquisadora dedicada, a criança-escolhida e bobagens similares.

É uma pena que a bela cinematografia de Ben Seresin, que usa lentes anamórficas para compor belíssimos bokehs, seja prejudicada pelo visual cafona das criaturas. Com a exceção da Mothra (belíssima) todos os monstros aqui vistos parecem saídos de comic books de segunda linha. E se certos momentos até podem ser cativantes, como a sequência envolvendo uma cirurgia dentária em Kong, o projeto perde força toda vez que tenta dar outras camadas à narrativa, como na pavorosa subtrama envolvendo um povo indígena da Terra Oca.

O projeto de Wingard não é ofensivamente ruim, longe disso, mas, em seus melhores momentos, consegue apenas emular filmes muito superiores. Para os brasileiros, no entanto, será divertido assistir à sequência do Rio de Janeiro indo pelos ares. Os mais atentos notarão, inclusive, a destruição do antigo edifício-sede da Petrobras. Godzilla e Kong podem estar bastante enfadonhos aqui, mas pelo menos escolheram um bom destino turístico.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros. Discovery.

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