terça-feira, 13 de junho de 2023

Crítica: The Flash (2023)

Dirigido por: Andy Muschietti. Roteiro de: Christina Hodson. Fotografia de: Henry Braham. Estrelando: Ezra Miller, Sasha Calle, Michael Shannon, Ron Livingston, Maribel Verdú, Michael Keaton e George Clooney.

O conceito de multiverso tem sido cada vez mais explorado pelas franquias de super-heróis. Apesar de ser algo empolgante do ponto de vista teórico, na prática traz complicações por depender de um conhecimento que envolve não apenas o material-fonte, mas inúmeras obras derivadas e mesmo séries de tevê. Já passou a época do "você não entendendeu o filme porque não leu o livro". É bem mais complexo agora.

Alçado ao estrelato após dirigir o fraco Mama (2013) e a bilogia It (2017-2019), o argentino Andy Muschietti captura bem a essência cartunesca do herói, ao passo que o roteiro de Christina Hodson não perde tempo com exposições desnecessárias. Aqui, vemos Barry Allen (Miller) descobrir que possui a capacidade de interferir em eventos passados e, a partir daí, tenta evitar a perda da mãe (Verdú). Tal empreitada traz todo tipo de consequencia indesejada. Quem poderia imaginar...

Ezra Miller, sempre polêmico, compreende bem a essência do personagem. Barry Allen é um underachiever, ele não faz nada direito. E isso torna sua química com o "Barry alternativo" ainda mais interessante. O que nos traz ao incrível avanço tecnológico na construção dos planos nos quais os dois personagens interagem. Efeitos especiais e visuais evoluíram bastante desde que Lindsay Lohan interpretou duas gêmeas há 25 anos. Também destaco a excelente participação de Michael Keaton, que desperta no público o mesmo fascínio que Barry sente ao encontrá-lo. No terceiro ato, há uma ponta inspiradíssima.

Mesmo havendo, sim, competência técnica no projeto, é impossível não notar a irregularidade do CGI usado em muitas sequências. Como tem sido hábito há alguns anos, grandes estúdios terceirizam a animação e renderização de elementos para empresas menores espalhadas pelo mundo, aproveitando-se de incentivos fiscais e coisas do gênero. Talvez ajude a explicar a imensa irregularidade dos efeitos visuais vistos aqui. Compósitos ruins, chroma keys escancaradas, elementos sem motion blur e (socorro) texturas dignas de um jogo de PS3.

Lançado uma semana após a estupenda continuação de Aranhaversoo projeto forma uma rima interessante com seu concorrente, mesmo tendo uma estrutura fechada em três atos. Ambos terminam com um cliffhanger admirável. Resta saber se haverá sucesso comercial que justifique novos investimentos. Na concorrência, a sequência já está garantida.

Por Bernardo Argollo

Obs.: há uma cena pós-créditos.

Agradecimentos: Espaço Z e Warner Bros. Discovery.

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