quarta-feira, 21 de março de 2018

Crítica: Círculo de Fogo - A Revolta (2018)













Dirigido por: Steven S. DeKnight. Roteiro de: Steven S. DeKnight, Emily Carmichael. Estrelando: John Boyega, Scott Eastwood, Jing Tian, Cailee Spaeny, Rinko Kikuchi, Burn Gorman.

Em 2013, o mestre Guillermo del Toro nos apresentou Círculo de Fogo, provando que filmes sobre robôs gigantes podem ser interessantes e divertidos. Filme B assumido, o projeto é simplesmente o melhor do gênero. Com peso dramático, personagens interessantes e épicas cenas de ação, o longa inevitavelmente daria origem a continuações. Cinco anos depois, chega aos cinemas esta nova produção, dirigida por Steven S. DeKnight (produtor da série Spartacus).

Passando-se 10 anos após os acontecimentos vistos no original, o roteiro deste Revolta acompanha Jake Pentecost (Boyega), filho do personagem de Idris Elba, que ganha a vida roubando e vendendo partes de jägers abandonados no mercado negro, em meio a uma sociedade que luta para se reconstruir, finda a guerra com os monstros gigantes. Depois de ser preso, Jake tem de escolher entre a cadeia ou voltar a treinar recrutas no programa de treinamento de pilotos de jägers, que por sua vez está ameaçado pela corporação Shao e seu programa de drones, que planeja substituir os robôs tradicionais por versões totalmente controladas à distância.

O roteiro tem lá seus problemas. Infelizmente, é recheado de diálogos que parecem extraídos de livros de auto-ajuda. Outro clichê irritante é a dinâmica eles-se-odeiam-mas-precisam-um-do-outro protagonizada por Jake e Nate Lambert (Scott Eastwood, filho de Clint). A crítica que o longa tenta fazer às grandes corporações e, especialmente, à guerra com drones, tema muito relevante na contemporaneidade, é válida e inesperada, ainda que rasa.

Acertando por repetir muito do que o longa original tinha de bom, Revolta peca pelo excesso de diálogos expositivos, transformando certos personagens, como a garotinha vivida por Cailee Spaeny, em um mero recurso para explicar conceitos ao espectador. As sequências de ação, apesar de eficientes, não são tão inventivas quanto aquelas dirigidas por del Toro. Enquanto o diretor mexicano vencia inúmeros desafios técnicos (batalhas se passando à noite e com chuva, por exemplo) DeKnight optou por uma direção mais econômica. Além disso, as máquinas aqui vistas se movimentam de maneira excessivamente veloz, contrariando a Física e denunciando sua natureza digital, algo que del Toro teve o cuidado de evitar.

Circulo de Fogo: A Revolta é um passatempo divertido, porém esquecível. Assim como no longa de 2013, não há nenhuma ligação emocional com o espectador, até mesmo a morte de um personagem importante não causa qualquer impacto. De toda forma, vibramos com as batalhas, torcemos pelos jägers e saímos da sala de projeção com a sensação semelhante à que tínhamos depois de ver um filme bom na Sessão da Tarde. Não dá para pedir mais.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Universal Pictures.

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