Dirigido por: Michael Bay. Produzido por: Don Murphy, Lorenzo di Bonaventura. Roteiro de: Art Marcum, Matt Holloway. Estrelando: Mark Wahlberg, Josh Duhamel, Stanley Tucci, Anthony Hopkins.
O cinema é uma arte essencialmente visual. A falta ou mal desenvolvimento
de uma trama não compromete o resultado de um filme, pois a forma como uma
história é contada pesa mais do que a história em si. Eis que a franquia Transformers chega a seu quinto filme,
último da série dirigido por Michael Bay, que não irá retornar para as inevitáveis
continuações.
Durando quase duas horas e meia, o longa inicia-se com uma longa sequência
de batalha medieval que, inspirada por filmes muito melhores, tem como objetivo
tentar explicar a lógica daquele universo. Tal lógica, se é que existe, é
rapidamente ignorada pelo roteiro, já que personagens parecem ir de um lugar a
outro por meio de relações de causa e efeito confusas demais para serem
entendidas. A trama é basicamente a mesma de sempre: Autobots vs. Decepticons.
Na tentativa de fazer com que as imagens ali mostradas pareçam ter
ligação umas com as outras, somos apresentados a todo tipo de personagem. Desde
o homem comum interpretado por Mark Wahlberg até a mocinha nerd interpretada
por Laura Haddock, cuja dinâmica que estabelece com o colega segue o velho clichê
do “eles brigam mas se gostam”. E claro, temos o lorde inglês excêntrico
interpretado por Anthony Hopkins.
Praticamente concebido como um amontoado de efeitos visuais, Transformers 5 impressiona em seus
aspectos técnicos. Fotografado em diversos formatos diferentes, desde câmeras
IMAX 3D até película de 16 mm, o longa acerta por, pelo menos, entender que 3D exige
grande profundidade de campo. Assim, espaços amplos são explorados num raro (e trágico) uso assertivo da terceira dimensão.
É entristecedor, portanto, que mesmo após décadas como cineasta, Bay não
tenha sido capaz de aprender o mínimo sobre sua profissão. Incapaz de entender conceitos
como mis-en-scène, eixo e montagem, o
cineasta simplesmente atira uma série de planos sem se preocupar com a duração,
geografia e relações entre eles. Uma ofensa a qualquer espectador. É o que
Hollywood tem de pior a oferecer.
Por Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z e Paramount Pictures.
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