quinta-feira, 20 de julho de 2017

Crítica: Transformers - O Último Cavaleiro (2017)













Dirigido por: Michael Bay. Produzido por: Don Murphy, Lorenzo di Bonaventura. Roteiro de: Art Marcum, Matt Holloway. Estrelando: Mark Wahlberg, Josh Duhamel, Stanley Tucci, Anthony Hopkins.

O cinema é uma arte essencialmente visual. A falta ou mal desenvolvimento de uma trama não compromete o resultado de um filme, pois a forma como uma história é contada pesa mais do que a história em si. Eis que a franquia Transformers chega a seu quinto filme, último da série dirigido por Michael Bay, que não irá retornar para as inevitáveis continuações.

Durando quase duas horas e meia, o longa inicia-se com uma longa sequência de batalha medieval que, inspirada por filmes muito melhores, tem como objetivo tentar explicar a lógica daquele universo. Tal lógica, se é que existe, é rapidamente ignorada pelo roteiro, já que personagens parecem ir de um lugar a outro por meio de relações de causa e efeito confusas demais para serem entendidas. A trama é basicamente a mesma de sempre: Autobots vs. Decepticons.

Na tentativa de fazer com que as imagens ali mostradas pareçam ter ligação umas com as outras, somos apresentados a todo tipo de personagem. Desde o homem comum interpretado por Mark Wahlberg até a mocinha nerd interpretada por Laura Haddock, cuja dinâmica que estabelece com o colega segue o velho clichê do “eles brigam mas se gostam”. E claro, temos o lorde inglês excêntrico interpretado por Anthony Hopkins.

Praticamente concebido como um amontoado de efeitos visuais, Transformers 5 impressiona em seus aspectos técnicos. Fotografado em diversos formatos diferentes, desde câmeras IMAX 3D até película de 16 mm, o longa acerta por, pelo menos, entender que 3D exige grande profundidade de campo. Assim, espaços amplos são explorados num raro (e trágico) uso assertivo da terceira dimensão.

É entristecedor, portanto, que mesmo após décadas como cineasta, Bay não tenha sido capaz de aprender o mínimo sobre sua profissão. Incapaz de entender conceitos como mis-en-scène, eixo e montagem, o cineasta simplesmente atira uma série de planos sem se preocupar com a duração, geografia e relações entre eles. Uma ofensa a qualquer espectador. É o que Hollywood tem de pior a oferecer.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Paramount Pictures.

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Grants For Single Moms