Escrito e dirigido por: Christian Gudegast. Cinematografia: Terry Stacey. Estrelando: Gerard Butler, O'Shea Jackson Jr., Evin Ahmad, Salvatore Esposito, Meadow Williams e Swen Temmel.
Covil de Ladrões, de 2018, era só mais uma das inúmeras cópias de Heat, clásico de Michael Mann. Uma cópia lucrativa, no entanto. Esta continuação, além da ação, traz elementos de buddy comedy e talk drama. Christian Gudegast, que também comandou o primeiro longa, aqui aposta numa violência um tanto mais estilizada do que antes. A boa notícia é que minha antipatia prévia pelos personagens não prejudicou o envolvimento com a narrativa, surpreendentemente fluida.
O roteiro, que trocou o centro de Los Angeles pelo sul da França, mais uma vez traz O'Brien (Butler) na cola de Wilson (Jackson Jr., inexpressivo). Agora divorciado, o personagem de Gerard Butler se junta ao seu ex-inimigo para comandar um assalto a um dos prédios mais seguros da Europa. Não que a virada para o "dark side" seja algo exatamente inesperado, já que a natureza, digamos, pouco ortodoxa de O'Brien já estava mais do que estabelecida.
Os personagens são mornos e o roteiro é pouco inspirado, porém com valor de entretenimento suficiente para nos manter atentos durante as mais de duas horas de projeção. Além disso, é admirável que o diretor-roteirista tenha investido numa nova dinâmica para a dupla principal, e desse modo evita o erro de apenas reciclar a história do filme anterior, comum em continuações de ação. Infelizmente, só funcionará naqueles expectadores que tiverem alguma conexão com subgênero dos heist movies.
Encerrado num terceiro ato cheio de conveniências, o projeto aponta desajeitadamente em direção a uma sequência. Em última análise, Covil de Ladrões 2 peca por tentar atingir dois objetivos antagônicos em seu desfecho. A História nos ensina que criar grandes expectativas para filmes lançados no mercado norte-americano em janeiro* não é boa ideia.
Por Bernardo Argollo
Agradecimentos: Espaço Z, Diamond Films e Lionsgate.
*No Brasil, o mês de janeiro é reservado para filmes do ano anterior, especialmente os candidatos a premiações, que não tiveram espaço antes devido ao tamanho diminuto do nosso parque exibidor.


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Bernardo Argollo

