quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Crítica: Venom - A Última Rodada (2024)

Escrito e dirigido por: Kelly Marcel. Cinematografia: Fabian Wagner. Estrelando: Tom Hardy, Chiwetel Ejiofor, Juno Temple, Stephen Graham e Rhys Ifans.

Eis que, finalmente, chegou o terceiro filme solo do Venom, parte do desastroso Spider-Man Universe da Sony. Sim, aquele mesmo que mais cedo neste ano nos entregou, ergh... Madame Teia. Provavelmente inspirada pelas buddy comedies dos anos 1980, a diretora-roteirista Kelly Marcel, que escreveu de Cinquenta Tons de Cinza (pois é), faz aqui sua estreia na direção. Péssima escritora, desta vez ela prova que seus predicados como cineasta também são ruins.

O roteiro, iniciado com uma breve exposição sobre o vilão da vez, retoma a narrativa após os eventos vistos na cena pós-créditos de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Assim sendo, um Eddie Brock (Hardy) agora foragido decide viajar para Nova York a fim retomar sua carreira, até que tudo muda quando uma criatura enviada por Knull (Serkis) decide interromper seus planos. É interessante notar que Marcel emprega um recurso fraquentemente usado quando há esgotamento criativo: transformar o filme num road movie, para dar a impressão que algo acontece.

Tom Hardy, intérprete extremamente talentoso, aqui está no piloto-automático. Carismático, claro, mas claramente preso a obrigações contratuais. Stephen Graham é (mais uma vez) desperdiçado e, infelizmente, sua participação é pequena. Rhys Ifans se diverte no papel do líder uma família de hippies. Os demais atores oferecem performances pouco inspiradas, até mesmo Peggy Lu, responsável por momentos divertidos nos episódios anteriores. Além disso, o projeto também é prejudicado pelas restrições da classificação indicativa PG-13, resultando em decapitações sem sangue, reprimendas sem qualquer palavrão e, claro, piadas tolhidas.

No entanto, ao contrário da atrocidade mencionada no primeiro parágrafo, A Última Rodada evita a armadilha do excesso de personagens e subtramas, o que, diga-se de passagem, é uma verdadeira praga em conclusões de trilogia. No entanto, o clímax não cumpre a expectativa criada pelo primeiro ato, pois Knull não é um vilão, apenas a promessa de um. Afinal de contas, apesar do projeto ser, hum, a última rodada, o show tem que continuar. As duas cenas pós-créditos, já adianto, são decepcionantes e descartáveis.

Ainda que demonstre ser uma cineasta medíocre, Marcel e o diretor de fotografia Fabian Wagner ao menos têm algum senso estético, demonstrado pelo uso de lentes anamórficas e cenas de ação menos escuras do nos capítulos anteriores. Venom 3 não é um desastre completo nem algo ofensivamente ruim, pois há carisma, energia e valor de entretenimento razoável. É brega, mas assistível. Espero ao menos que a Sony perceba a importância de contratar um diretor competente para os próximos projetos. Hardy, sensato, não renovou o contrato.

Por Bernardo Argollo

Agradecimentos: Espaço Z e Sony Pictures.

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